Sesau promete entregar fraldas e leites para mães em até 60 dias
Após diversos protestos, mães foram recebidas para reunião no CEM onde foi explicado os trâmites jurídicos
Os protestos feitos desde o começo do ano pelas mães que reivindicam leite e fraldas para os filhos com deficiência ganharam um novo capítulo nesta quinta-feira (15). Durante reunião organizada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), no CEM (Centro Especializado Municipal), ficou definido que o município fará a compra e liberação dos insumos em até 60 dias.
Cerca de 15 mães acompanharam a reunião que definiu novos prazos para a entrega, que será realizada a partir de duas licitações. Os leilões, chamados de pregões, serão abertos nos dias 21 e 29 deste mês. Do setor de compras da Sesau, Marcelo Ferreira comenta que o prazo deverá ser cumprido a partir desses novos processos.
“A proposta foi apresentar justificativa e trâmites dos processos licitatórios sobre dietas especiais. Os processos, em aberto, para atender essas mães estão com agendamento para o dia 21 e 29 . Depois será feita a homologação dda oferta vencedora”, explica.
Outro ponto abordado na reunião foi a respeito das marcas de insumos adquiridas pelo município. A demanda surgiu devido ao corpo e organismo das crianças rejeitarem certas marcas e se darem bem apenas com marcas específicas. Algumas desencadeiam coceiras e efeitos colaterais adversos.
O detalhe não é especificado em inúmeros pedidos judiciais, o que abre margem para que outras marcas, de valor e qualidade inferior, ganhem as licitações. Por conta dessa especificação, conforme Marcelo, ocorreu atraso na entrega.
"Como não tinha marca isso acaba atrasando o processo por conta de determinações judiciais. Os dois processos de pregões, que são grandes com uma série de itens sobre insumos alimentares, passaram por vários trâmites. As empresas questionaram a escolha da marca”, fala.
Para resolver esse problema foi sugerido que as mulheres deixassem sugestões e pedidos de quais marcas são aceitas pelos filhos no Cem. A alternativa é válida nos casos em que o juiz não determinou a marca, apenas as características do produto.
“Isso vai para à Secretaria de Saúde e juntamos ao processo para que nas próximas licitações seja desclassificado os materiais. Isso dá ferramenta e suporte para que a gente consiga melhorar o processo de compra", completa Marcelo.
O que dizem as mães - Lilidaiane Ricaldi faz parte do coletivo de mães, pois o filho de 8 anos tem uma deficiência que causa problemas na absorção dos nutrientes. Ela não consegue trabalhar porque cuida do menino que passa a maior parte do tempo em casa já que não consegue ir à aula.
“Eu não trabalho pra cuidar dele. Devido a toda dificuldade que eles (município) colocam na criação dessa criança ficamos em casa. Ele falta na escola porque tem problema que não absorve os nutrientes, então se não tem o leite ele tem um déficit e baixa a imunidade”, fala.
Após a reunião, ela é realista e acredita que o problema não será resolvido tão fácil. “A reunião foi um esclarecimento para sanar as dúvidas sobre a demora para entregar esse medicamento que é sempre a mesma coisa. Acredito que não vai agilizar depois dessa reunião pela época de eleição”, afirma.
Joelma Belo, de 44 anos, participou de vários protestos neste ano e reclama que as mães estão “tentando enxugar gelo”. “O que a gente quer é alguém que vai pegar nossa causa e resolver, a gente quer saber de prazo, quando vai resolver, quando vai ter o produto. Tem noites que não durmo porque não sei o que vai fazer no outro dia”, relata.
Ela é mãe da Maria Valentina, portadora de Síndrome de Cornélia de Lange, que precisa de leites especiais e fraldas ininterruptamente.
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