Síndico rouba gato, abandona em BR, animal morre atropelado e ele alega"surto"
Moradora relata que conseguiu imagens e rastreamento do carro até encontrar gato morto, após ser atropelado
Intrigada com o sumiço do gato da filha de 8 anos, na última sexta-feira (23), moradora de condomínio, no Bairro Jardim Mansour, iniciou uma verdadeira investigação, por conta própria, até descobrir que o síndico roubou o animal e o abandonou para morrer em uma rodovia.
Ela conta que encontrou o gato morto atropelado e o síndico assumiu a culpa, mas diz não se lembrar de nada, porque teria tido um surto. Indignada com a situação, a corretora de imóveis, Danusa Freire, de 39 anos, mostra um atestado médico de 2018, que recebeu do síndico como “justificativa” pelo que fez.
O atestado antigo indica CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) G 40.8, que se refere a "outras epilepsias". Segundo Danusa, esse foi o único atestado que ele apresentou.
O médico atesta que o síndico “encontra-se em tratamento neurológico, fazendo uso de associações de anticonvulsivantes”. Devido à "frequência das crises e dos riscos permanentes de acidentes imprevisíveis", o médico recomendou, há mais de 3 anos, a “continuidade do afastamento das atividades que exerce”. Conforme a moradora, o síndico é contador.
O síndico chegou a levar imagens da câmera de segurança quando Danusa solicitou, mas não a deixou ver tudo e ainda indicou suspeitos no prédio, segundo a moradora.
“Ele disse que poderiam ter sido os rapazes que trabalhavam em outra casa daqui e seria muito difícil descobrir quem tinha levado o gato. Não desisti e consegui as imagens com a empresa de monitoramento. Depois, ele me disse que não se lembrava de nada, porque teve um surto e aí consegui com a esposa dele o rastreamento do carro e vimos que ele abandonou o Fofinho na rodovia, onde ele morreu atropelado”, conta Danusa.
Nas imagens de câmera do condomínio, o homem aparece recolhendo o animal e colocando na carroceria de uma caminhonete. Ele fica parado, por cerca de cinco segundos, olhando para o animal, antes de fechar o compartimento e sair com o carro.
A moradora, que conhece o síndico há pelo menos cinco anos, descarta a possibilidade de surto e pretende acionar a justiça para que o homem seja penalizado. Mais do que isso, ela quer que o caso seja esclarecido para inibir pessoas que cometem crimes contra animais.
“Não foi surto. É maldade. Tem muita gente que não gosta de animais e faz isso, mas tem que saber que isso é crime. E se fosse um surto, como ele pode ser um síndico? Ele poderia levar minha filha no lugar do gato. Estou recebendo orientação de ONGs, por isso resolvi denunciar e processar”, desabafa a moradora.
Questionado pela reportagem do Campo Grande News sobre o ocorrido, o síndico disse que não quer se manifestar, porque é um "assunto pessoal e de questões de saúde". “Não é coisa simples, é complexo, não quero me manifestar”, disse.