Suspeito nega agressão e diz que técnico causou confusão em UPA
Suspeito de agredir um técnico de enfermagem na madrugada de segunda-feira (16) na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon, em Campo Grande, Alexandre Brizola Alves, 32 anos, nega a agressão e diz que a suposta vítima é que causou toda a confusão.
Em contato com a reportagem do Campo Grande News, Brizola falou que não bateu no técnico e que, por pesar 100 quilos, se tivesse dado soco na vítima, ela ficaria muito machucada. Ele informou que o fato está prejudicando sua imagem no trabalho, assim como a imagem da esposa Márcia Dionísio dos Reis, 31 anos.
Quando a esposa e filho chegaram à UPA, o técnico foi atendê-los e não conseguia perfurar a veia do menino para a coleta de sangue. Alexandre conta que a mulher falou que era técnica em enfermagem e opinou sobre o procedimento. Em sequência, a suposta vítima perguntou a Márcia por qual razão não fazia a coleta.
Brizola ainda explicou que o técnico fez piadas e agiu com sarcasmo, perguntando à esposa se ela nunca tinha furado uma veia. Foi quando, de acordo com Alexandre, o técnico e a mulher começaram a discutir e ela decidiu reclamar na direção da UPA.
Diante da resposta de que nada poderia ser feito, Márcia mandou mensagem para Alexandre via celular e ele compareceu ao local. Chegando lá, em contato com uma assistente social, o casal recebeu a informação de que a reclamação teria que ser feita na ouvidoria da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
Em seguida, conforme Alexandre, o casal deu de cara com o técnico, que foi questionado por Brizola quanto às atitudes durante a coleta de sangue do filho. Novamente discussão aconteceu entre Márcia e o técnico e a mulher disse que, além de reclamar dele na ouvidoria, faria o mesmo no Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul).
Foi então que, segundo Alexandre, que trabalha como chaveiro, o técnico perguntou a Márcia porque ela não levava o filho num hospital particular e a xingou de pobre. Alexandre ordenou que o técnico pedisse perdão e ele obedeceu. Quando o casal virou as costas, na versão de Alexandre o técnico começou a gritar dizendo que estava sendo agredido.
“Eu não o agredi, ele agiu de má fé e deve ter ficado bravo por eu ter feito ele pedir perdão à minha esposa. Temos testemunhas e tenho certeza que no local há câmeras que podem comprovar que ele está mentindo. Desde que isso veio à tona eu não tenho sossego. Isso está prejudicando a mim e minha esposa”, desabafou o chaveiro.
Outro lado – Na versão do técnico de 34 anos, quem fez a primeira coleta e errou a veia da criança foi uma enfermeira. Nervosa com a situação, Márcia disse que trabalhava na área da saúde e queria fazer o exame no filho, de acordo com depoimento do técnico.
O técnico de enfermagem foi acionado para acalmar os ânimos e explicou que de acordo com normas internas somente funcionários plantonistas poderiam realizar o procedimento. Márcia ficou irritada, segundo ele, até que outra servidora foi chamada e conseguiu coletar o sangue do menino.
Depois do exame, mãe e filho foram embora. Cerca de 40 minutos, Márcia retornou ao local junto com o esposo, Alexandre, que passou a agredir com chutes e socos o técnico de enfermagem, que havia tentado apaziguar a situação entre os funcionários e a mãe do garoto. No depoimento do técnico, Alexandre o encostou na parede e queria que ele pedisse desculpas à mulher.
Alexandre tem extenso registro na polícia, principalmente por lesão corporal dolosa e ameaça. Lutador de jiu-jitsu, ele ostentava em sua página no Facebook uma foto golpeando um adversário com a mensagem: “Arte suave de quebrar ossos”. A página foi desativada.
No sistema da Polícia Civil constam ao menos dez envolvimentos dele, entre autor, comunicante ou vítima, em situações de possível confronto a lei. Ainda em sua rede social, Brizola dizia ser um servo de Deus e que possui conduta reta e pacífica.