Técnicas de enfermagem prestam depoimento sobre mortes na Santa Casa
A 1ª Delegacia de Polícia dá mais um passo importante rumo à elucidação de três mortes que ocorreram na oncologia da Santa Casa de Campo Grande, em julho. Na tarde desta segunda-feira (06), a delegada Ana Cláudia Medina ouve duas técnicas de enfermagem que participaram do tratamento das vítimas. Outras duas devem ser ouvidas ao longo da semana.
Medina explica que o depoimento delas deve trazer mais informações sobre a fase de “recebimento” do medicamento. “Já ouvimos os médicos sobre a prescrição, os farmacêuticos sobre a manipulação, e agora vamos ouvir as técnicas sobre o recebimento do medicamento, incluindo o que se refere ao tempo de infusão”, disse.
Carmen Insfran Bernard, 48 anos, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, e Maria Glória Guimarães, 61 anos, morreram nos dias 10, 11 e 12 de julho, respectivamente, devido a complicações durante o tratamento de câncer colorretal. Elas receberam doses do fármaco Fluorouracil (5-FU), em junho, apresentaram reações adversas e morreram em julho.
Segundo a delegada, desde que os casos vieram à tona, as investigações avançaram muito e a causa das mortes está perto de ser descoberta. A principal suspeita recai sobre falha humana, no entanto, é cedo para afirmar. “Ainda aguardamos os resultados de exames periciais, incluindo as análises das exumações, mas estamos otimistas”, disse.
Margarida Isabel de Oliveira, 71 anos, também recebeu tratamento de câncer na Santa Casa, no mesmo período em que as outras mulheres, apresentou reações adversas, mas resistiu. Ela prestou depoimento recentemente. Após os casos, a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), entidade mantenedora da unidade de saúde, informou que vai suspender o atendimento na oncologia, aguardando apenas a finalização dos tratamentos em andamento.
