"Tiroteio" após briga dentro de presídio deixa feridos, denunciam famílias
Segundo Agepen, caso foi ato isolado de indisciplina entre detentos e Cope usou força moderada para conter
Famílias de internos da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira denunciam truculência Cope (Comando de Operações Penitenciárias) após entrar no presídio ontem (6) para ‘averiguar’ briga entre internos
A esposa de um preso, que prefere não se identificar, contou ao Campo Grande News que houve briga e tiroteio com a entrada da equipe do Cope, e que, inclusive, a situação teria deixado vários detentos feridos, alguns precisaram de atendimento médico.
Detalhes sobre o que teria motivado o inicio da briga e possível tiroteio não foi explicado, porém a mulher afirma que várias promessas aos presos não foram cumpridas. “Prometeram uniformes, mas não deram. Eu tive que comprar para o meu marido que estava com a roupa toda rasgada. Colchão também não tem. Fiz uma chamada de videoconferência com ele e ele me confirmou que não chegou colchão. Hoje não deixaram a gente entrar com pertences para eles”, reclama.
“Isso é um descaso. Eu sei que eles erraram, mas estão pagando pelo erro cometido. Não precisa tratar eles que nem lixo”, disse.
Com o marido há 1 ano na penitenciária, uma dona de casa, de 23 anos, contou que o marido não estava envolvido, porém de qualquer forma está indignada com descaso. “O filho de uma conhecida minha foi para a Santa Casa porque levou um tiro de borracha na mão”, contou.
“Não tivemos muita informação. A Gente liga no presídio e eles falam que está tudo bem, mas cancelaram as visitas virtuais, a entrega de pertences quase não teve. Então como estava tudo certo?”, disse.
Outra esposa de detento que não quis se identificar, também não sabe dizer ao certo o que aconteceu, apenas que houve briga e tiroteio onde equipes da Cope agrediram os internos com bala de borracha. “Uns foram atendidos no próprio presidio e outros foram levados para a Santa Casa. Tem interno que precisou passar por cirurgia”, contou. “Eu liguei lá, mas ele não foi atendido pelo Samu, nem deu entrada na Santa Casa”, explicou.
A Santa Casa de Campo Grande informou que por se tratarem de presos sob escolta policial não pode passar informações.
Em nota, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) afirmou que o ocorrido foi um ato isolado de indisciplina entre detentos e que foi preciso a intervenção do Cope que conteve a situação com a necessidade de uso de "força moderada".
Seis celas foram danificadas pelos presos e alguns acabaram feridos nas próprias ferragens. Uns receberam atendimento médico no setor de saúde do presídio e conforme a necessidade de encaminhamento foram levados à Unidade Básica de Saúde mais próxima.
A agência ainda solicitou o encaminhamento dos internos ao Instituto Médico Legal para exames de corpo de delito. Após, ambos foram identificados e isolados em cela disciplinar, os quais responderão Procedimento Administrativo Disciplinar (Padic).
Já em relação ao recebimento de pertences e de advogados, a Agepen afirmou que a rotina na unidade continua sendo realizada normalmente.