Toda chuva alaga avenida e deixa até moradores de prédio "ilhados"
Apesar de pequeno, o córrego Cascudo tem causado grandes transtornos aos moradores do região do bairro Monte Castelo, em Campo Grande. Nos meses de chuvas intensas, a Rachid Neder alaga e a enxurrada leva tudo que vê pela frente. Subterrânea, a garagem de um prédio foi tomada pela água durante um dos temporais.
“É pedaço de asfalto, de madeira, até carros já foram arrastados. Eu mesmo não deixo o meu estacionado do lado de fora de jeito nenhum”, conta o proprietário de uma floricultura que fica na avenida, Jean Arantes, 24 anos.
A falta de um sistema de drenagem para o córrego, somada à sujeira acumulada nos bueiros, e a água das ruas perpendiculares que deságuam na Rachid Neder, deixam a via, um dos principais acessos ao bairro, interditável. “A rua vira um rio, ninguém tem coragem de passar por aqui, não”, acrescenta Paulo Arguelho, 55 anos, morador há três.
Ilhados – Problema maior enfrenta quem mora nos prédios na esquina da avenida com a 14 de Julho e a Rui Barbosa. No primeiro, o Garden das Palmeiras, água invadiu a garagem durante uma das chuvas deste ano.
No Garden San Francisco, moradores comentam entre si a falta de providências da prefeitura para solucionar o problema definitivamente. Em duas ocasiões, funcionárias do prédio não voltaram para casa, porque não tinham como sair para pegar o ônibus, conta o síndico do prédio, o publicitário Rogério Guimarães, 34 anos.
“Na última chuva me arrisquei e enfrentei a enxurrada. Entrou muita água dentro do meu carro, outros moradores reclamam da sujeira que fica, que entra de tudo embaixo no motor”, acrescenta outra moradora, a estudante Náthalie de Miranda, 30 anos.
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Desvalorização – Até prejuízos pela desvalorização do imóvel os moradores acumulam. “Já ouvi de corretores, ou de gente que comprou apartamento aqui como investimento, que o valor caiu por causa da falta de drenagem da rua, afasta interessados em morar aqui. É um local ótimo, com esse porém”, afirma Guimarães.
O secretário municipal de Obras, Semy Ferraz, afirma estar ciente do problema. Segundo ele, entre dez e 12 casas ficam alagadas na região quando chove. Ferraz diz, ainda, que a prefeitura tem um projeto pronto para a obra de drenagem do córrego Cascudo, orçado em R$ 15 milhões. A implantação depende de liberação da verba pelo governo federal.