Toque de recolher às 20h e "mini lockdown" elevam isolamento só em 1%
Semana fechou com média de 39,2% da população obediente às medidas de restrição à livre circulação
As medidas mais rigorosas de controle à circulação de pessoas e restrição de atividades econômicas deram resultado discreto na média de isolamento social em Campo Grande. Segundo dados da startup InLoco, a Capital fechou a semana, de 19 a 25 de julho, com taxa de 39,2%.
O percentual é praticamente o mesmo registrado há três semanas, de 39% entre os dias 28 de junho e 4 de julho, quando ainda vigorava toque de recolher a partir das 22h e qualquer tipo de atividade comercial estava autorizada a funcionar aos fins de semana. Veja o gráfico dia após dia:
O confinamento obrigatório a partir das 20h começou no dia 8 de julho e, logo de cara, surtiu pouco efeito. Entre os dias 5 e 11, a taxa média de isolamento foi ainda pior, de 38,14%. Compare a evolução diária no gráfico:
Entre os dias 12 e 18 de julho, a média de isolamento social não saiu da casa dos 38%, quando o recomendado pelas autoridades em Saúde para frear a curva ascendente de contágio pela covid-19 é de, pelo menos, 60%.
No dia 18, inclusive, já valia a medida que proibiu o funcionamento das atividades consideradas supérfluas nos sábados e domingos restantes de julho. Veja como foi a semana no informativo abaixo:
Na semana encerrada ontem, a média de isolamento chegou a 39,28%, aumento de 1,14 ponto percentual se comparada com a registrada há duas semanas. O dado mais recente, de ontem (25), aponta para taxa de 44,1% em Campo Grande, quinta pior entre as capitais do País, atrás só de Teresina (51,9%), Porto Alegre (49,8%), Florianópolis (46,8%) e Rio Branco (46,7%).
Os bairros Moreninhas (29,8%) e Nova Lima (29,9%) foram os que mais contribuíram para a taxa de isolamento abaixo do esperado neste sábado. Núcleo Industrial (30,3%), Jardim das Cerejeiras (30,8%) e Portal Caiobá (32,4%) também decepcionaram.
Os que mais se aproximaram do ideal foram Jardim dos Estados (61,4%) e Rita Vieira (60%), acompanhados de Carandá Bosque (59,10%), Vila Nasser (57,4%) e Cruzeiro (57,3%).
Sem vacina ou remédios com eficácia comprovada, as medidas não farmácológicas, como isolamento social e uso de máscaras, são a saída recomendada pelas autoridades em Saúde para frear a pandemia de covid-19.
Segundo boletim de hoje da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Mato Grosso do Sul já soma 21.514 casos confirmados de covid-19 e 305 mortes em decorrência da doença. São 8.427 casos só em Campo Grande, onde morreram 95 pessoas até ontem.
