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Capital

Três meses após incêndio que vitimou funcionário, tapeçaria tenta se reerguer

Perda emocional e afetiva não tem fim, diz dona de empresa, que voltou a atender clientes há duas semanas

Cleber Gellio | 10/03/2022 13:55
Com prédio ainda em reforma, tapeçaria voltou a atender clientes há duas semanas. (Foto: Kísie Ainoã)
Com prédio ainda em reforma, tapeçaria voltou a atender clientes há duas semanas. (Foto: Kísie Ainoã)

São mais de vinte anos de atividade no ramo de tecidos, mas poderiam ser apenas duas semanas. Isso porque esse é o período de um novo começo para proprietários e funcionários da tapeçaria, localizada na Rua Barão de Rio Branco, em Campo Grande, após três meses de incêndio que destruiu parte da loja e tirou a vida de um funcionário.

No dia 23 de novembro do ano passado, fogo que durou cerca de sete horas para ser controlado, vitimou Lucas Correia Queiroz, de 21 anos. No momento, havia quatro funcionários no espaço e o jovem não conseguiu escapar.

O Campo Grande News conversou, na manhã desta quinta-feira (10), com a proprietária, Jucimar Machado, que estava no local no dia do incêndio, sobre o ocorrido e como estão fazendo para se reerguerem. Com semblante visivelmente abalado, a comerciante disse que ainda é difícil tocar no assunto. “Com certeza, foi o dia mais difícil da minha vida e espero que seja o único, porque é algo que a gente não está preparado. A perda emocional e afetiva não tem fim, a gente sempre vai lembrar dele. Nossa ligação com o Lucas ia além de profissional, a gente o conhecia desde criança. Foi uma fatalidade, algo que fugiu do controle.”

Fogo em loja ainda sendo combatido pelos bombeiros, horas depois do início do incêndio, na tarde do dia 23 de novembro. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Fogo em loja ainda sendo combatido pelos bombeiros, horas depois do início do incêndio, na tarde do dia 23 de novembro. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Em relação à parte financeira, a proprietária disse que o mesmo esforço que fizeram para conquistar o patamar antes do ocorrido, farão para reconstruir os negócios. “A perda não foi só financeira, mas principalmente emocional, com trabalho a gente vai recuperar. Vamos seguir, mas também levará tempo para chegar onde estávamos. Voltamos a atender para, justamente, recomeçar.”

Ela disse ainda que, depois do incêndio, foram feitos laudos e vistorias por parte do Corpo de Bombeiros e que o espaço está liberado. A parte atingida pelas chamas ainda passa reformas. “Temos o compromisso de reforçar o prédio, que, inclusive, é alugado. Tivemos que atender a todos os critérios e está tudo certo, como já estava na época. Já tivemos a liberação dos bombeiros e das autoridades competentes.”

Segundo Jucimar, o alvará de funcionamento está atualizado e é emitido pelo Corpo de Bombeiros incluindo orientação técnica com treinamento aos ocupantes do local. “Esse é feito por uma empresa terceirizada. São procedimentos que já tínhamos na loja.”

Cenário de destruíção deixado pelo fogo no dia seguinte. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Cenário de destruíção deixado pelo fogo no dia seguinte. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)


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