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Capital

Um ano após assassinato, acusada já virou miss, mas ainda não foi a júri

Justiça ainda não marcou data para julgamento de crime que ocorreu em 15 de janeiro de 2016

Luana Rodrigues | 27/01/2017 16:52
Gabriela Santos Antunes de 20 anos, foi eleita a mais bela detenta da Capital em setembro de 2016. (Foto: Divulgação/ Agepen)
Gabriela Santos Antunes de 20 anos, foi eleita a mais bela detenta da Capital em setembro de 2016. (Foto: Divulgação/ Agepen)

No último dia 15 de janeiro fez um ano que a manicure Jennifer Nayara Guilhermete de Moares, 22 anos, foi morta a tiros pela cabeleireira Gabriela Santos Antunes de 21 anos e a amiga dela, Emilly Karoliny Leite de 21 anos. Em uma história envolvendo traição e ciúmes, Gabriela tirou a vida de Jennifer e a jogou do alto de um precipício no local conhecido como Cachoeira do Céuzinho, a 800 metros da MS-080, saída para Rochedo, em Campo Grande.

O fato ganhou repercussão na Capital, pela crueldade com que o crime foi cometido. Em agosto de 2016, a Justiça decidiu que as duas acusadas iriam a júri popular, no entanto, até hoje, elas não foram julgadas. O caso segue na Justiça, aguardando apenas a definição da data do julgamento, e neste meio tempo, Gabriela continuou presa, e foi eleita “Miss Primavera” no Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi.

A eleição foi em setembro de 2016 e, na época, Gabriela disse que o momento serviu para refletir sobre sua vida e escolhas. “Fiquei refletindo sobre a minha vida inteira, sobre o lugar onde eu estou. Não precisava disso, foi um momento de muita fúria, no calor da emoção eu fiz o que eu fiz, e em poucas horas eu destruí minha vida, mas estou pagando pelo que eu fiz, pretendo sair pra rua regenerada”, declarou.

Inconformada com a notícia de que a assassina confessa da filha havia se tornado Miss, a mãe de Gabriela, Lucimar Vieira Guilhermete, 40, desabafou no Facebook ao postar que “ao invés dessa vagabunda pagar pelo que fez com minha filha ficam postando como miss, só se for miss dragão”.

Crime - O corpo da manicure Jennifer foi encontrado no dia 16 de janeiro, na cachoeira do Céuzinho na MS-040. Ela havia sido morta a tiros um dia antes e seu corpo jogado de uma altura de 25 metros.

De acordo com as investigações, Gabriela Antunes Santos, 20, e mais duas amigas, Emilly Karolainy Leite, de 19 anos e uma adolescente de 16 anos, teriam levado a manicure até o local e cometeram o crime, que seria motivado por ciúmes. Há quatro anos, Jennifer teria namorado Alisson, atual marido de Gabriela.

Conforme a polícia, Gabriela teria sido motivada por ciúmes e inveja a cometer o crime, supostamente citando boatos de que Jeniffer havia reatado um romance com Alisson Patrick Vieira, companheiro de Gabriela.

Emilly Karoliny Leite, 19 anos, apontada como comparsa de Gabriela disse que apenas ficou próxima ao carro e que a adolescente foi junto com a suspeita e a vítima para perto da cachoeira.

“Achei que iriam apenas conversar. Vi a Gabriela pegando algo debaixo do carro, mas tive medo de falar algo e morrer também, porque ela é muito ignorante. A relação dela com Alisson era de muito ciúmes. Ela falava e água parava, ele não tomava frente de nada”, contou Emilly, na época.

Mãe da manicure, Lucimar Vieira Guilhermete, 40 anos, em entrevista ao Campo Grande News em julho de 2016. (Foto: Alcides Neto/ Arquivo)
Mãe da manicure, Lucimar Vieira Guilhermete, 40 anos, em entrevista ao Campo Grande News em julho de 2016. (Foto: Alcides Neto/ Arquivo)

Ausência - Em entrevista ao Campo Grande News em julho de 2016, a mãe de Jennifer falou sobre a ausência da filha. “Mudou tudo na nossa vida. Ela era uma menina brincalhona, alegre. A casa parecia que vivia cheia com ela. Agora acabou tudo, as datas comemorativas não são mais as mesmas. Esse que passou foi o primeiro dia das mães sem ela. Foi muito difícil”, lembra a mãe que tem mais uma filha de 20 anos.

A manicure morava no Otávio Pécora com o atual marido e o filho, que sempre deixava com a mãe para ir trabalhar. A convivência era diária e com isso o vazio deixado após o crime parece ser ainda mais marcante.

A mãe também disse que nada poderia trazer Jennifer de volta, mas acreditava que se não houvesse punição, as suspeitas voltariam a cometer novos crimes. “Elas tinham agredido outras meninas antes da Jennifer também por briga de ciúmes. Se elas forem soltas, vão fazer de novo. Tem que ter punição”, completou, ressaltando que não acredita no arrependimento delas.

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