Um dos maiores traficantes da América é liberado para tratamento
Lourival Máximo da Fonseca foi preso em fevereiro na Bolívia e estava na Gameleira I
Apontado como um dos maiores narcotraficantes da América Lourival Máximo da Fonseca, o “Tião”, foi liberado para tratamento médico. A decisão é da 1ª Câmara Criminal e saiu após pouco mais de quatro meses da prisão do criminoso na Bolívia, cidade que faz fronteira com Corumbá no Mato Grosso do Sul. Ele estava na Penitenciária Estadual de Regime Fechado da Gameleira I, em Campo Grande.
No pedido, feito pelos quatro advogados que atuam na defesa de Lourival, diz que ele precisa de tratamento médico de forma contínua por ter feito transplante de fígado, além de sofrer de hipertensão arterial e diabetes e que, mesmo tendo atendimento médico dentro a unidade penal, alguns medicamentos estariam em falta.
A defesa também destaca que Lourival estaria tomando medicamentos por conta própria que estariam sendo levados pelos familiares e que isso o remédio usado pelo interno é “potencialmente perigoso, devendo ser monitorado de forma permanente sob risco de gerar problemas severos desde a sua aplicação até seus efeitos adversos”, diz o documento.
Na petição, os advogados ainda afirmam que há risco de morte para o interno pois, até mesmo o médico lotado na unidade penal alegou que Lourival é portador de doença grave e não é possível ter cuidado médico integral em ambiente de custódia, ou seja, dentro da penitenciária. “O risco iminente de óbito do interno é atestado por todos os profissionais da saúde que o atenderam”, pontua a defesa.
O alvará de soltura foi expedido dia 21 de junho deste ano. O documento é assinado pelo juiz da 1ª Vara de Execução Penal em Meio Fechado de Campo Grande, Fernando Chemin Cury. O cumprimento foi registrado na terça-feira (25), o documento tem validade de 90 dias.
Neste período, Lourival ficará em prisão domiciliar e deve apresentar mensalmente atestado médico e fica proibido de se ausentar da cidade, salvo para tratamento médico. A reportagem tentou contato com um dos advogados do preso e aguarda retorno.
Captura – Lourival foi capturado dia 15 de fevereiro deste ano, após trocar tiros com a polícia boliviana que procurava por suspeitos de dois homicídios registrados no Bairro San Ignacio Velasco. Após a prisão, foi descoberta sua ficha criminal e que ele estava com mandado de prisão em aberto.
O homem tinha uma oficina de refrigeração na Bolívia que era usada para lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. O local foi interditado pelo Ministério Público daquele país. Na noite do dia seguinte, um forte esquema de segurança foi montado para a transferência de "Tião" para o Brasil.
Ele integrava a lista dos 21 criminosos mais procurados do país e foi extraditado por estar com mandado de prisão em aberto desde 2014. Ainda conforme noticiado na época, Lourival tinha ainda dois contêineres de drogas que seriam enviados para a Bélgica. Um foi apreendido na Bolívia com 8,7 toneladas de cocaína e o outro no Peru com 7,2 toneladas do entorpecente.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Tião é considerado um dos principais traficantes da Rota Caipira – Goiás, Minas Gerais e interior de São Paulo – atuando no crime desde 1990. Ele é apontado também como uma das lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital).
Outras seis pessoas foram presas com Lourival, sendo três bolivianos, dois brasileiros e um albanês. Todos integrantes da mesma quadrilha que enviava cocaína para a Europa.
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