Velório de defensora é marcado por lembranças da profissional, mãe e amiga
Amigos lembram da carreira de sucesso da defensora Kátia, que tinha um dos maiores índices de habeas corpus assistidos
Muitos amigos e familiares estão se despedindo da defensora pública Kátia da Silva Soares Barroso, de 37 anos, durante o velório do corpo na capela do Memorial Park. Ela teve morte cerebral detectada na segunda-feira (3) e o atestado de falecimento emitido pelo hospital ontem.
Kátia é a segunda morte causada por intoxicação com a fumaça do incêndio no Edifício Leonardo Da Vinci, que aconteceu na madrugada deste domingo. O seu marido, Francisco José Soares Barroso, e o filho de 6 anos continuam internados.
O estado de Francisco é considerado estável, mas grave. Já o garoto deveria ter alta do hospital hoje, mas segundo a Santa Casa, ele só será liberado amanhã devido a uma irritação na garganta. Ele ainda não sabe da morte da mãe. O garoto é o único filho casal.
O corpo será sepultado às 16h30, no Memorial Park. Às 14h, os amigos e familiares celebram missa na capela onde o corpo é velado.
Segundo apurou a reportagem, as córneas de Kátia foram doadas.
Mãe, profissional e amiga - A família estava muito abalada durante o velório e preferiu não dar entrevistas. Entre os amigos, muitos são colegas de trabalho e lembram de Kátia como a excelente defensora pública.
“Uma pessoa muito alegre e combativa no trabalho. Ela tem um dos maiores índices de habeas corpus aqui de Campo Grande para seus assistidos”, lembra o defensor público Paulo Henrique Paixão.
Ele acompanhou toda a trajetória de Kátia desde a época em que estudavam juntos. Paulo lembra que faziam curso de magistratura em Curitiba, em 1998, e ele ficou sabendo do concurso para defensor em Campo Grande.
“Falei para ela, vamos fazer. Viajamos de ônibus para cá, sem muito dinheiro na época de estudante, e ela passou no concurso. Depois de 2 anos eu também consegui passar”, conta.
Já o amigo e defensor público Cahuê Duarte lembra que passou a tarde de sábado com o casal de amigos e ficou chocado com a notícia da tragédia.
“Ficamos até às 15h juntos no sábado, depois de almoçar. No domingo veio a notícia dessa tragédia”, diz.
De acordo com Paulo, a família de Kátia iria se mudar do prédio dentro de 30 dias. “Os pais dela iam vir do Paraná para morar no apartamento e eles iriam para outro prédio”, diz. Ela tem duas irmãs que moram em Campo Grande e uma no Paraná.