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Capital

Vida “ostentação” leva à nova denúncia contra PM alvo na Máfia do Cigarro

Para MP, corrupção sistemática pagou banheira de R$ 28 mil e pasta Mont Blanc de R$ 4.100

Aline dos Santos | 31/12/2018 18:06
Oficial da PM, Admilson foi preso em maio, na primeira etapa da operação Oiketicus.  (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Oficial da PM, Admilson foi preso em maio, na primeira etapa da operação Oiketicus. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

Condenado na operação Oiketicus, o tenente-coronel da PM (Polícia Militar), Admilson Cristaldo Barbosa, virou réu em uma nova denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) por corrupção passiva. Desta vez, a denúncia do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) abarca o período de janeiro de 2015 a abril de 2016 e relata vantagens indevidas de quase R$ 200 mil.

Já a Oiketicus, que resultou na condenação por participar da Máfia do Cigarro, trouxe denúncias do período de abril de 2016 a maio de 2018.

A nova denúncia, que tramita desde 18 de dezembro na Auditoria Militar de Campo Grande, destaca o padrão de vida incompatível com a renda e, conforme a promotoria, era resultante de “corrupção sistemática”. Neste período, Admilson era lotado no TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Em dezembro de 2015, o oficial comprou um Jeep Grand Cherokee por R$ 275 mil. Do total, que incluiu entrega de outro carro e dois depósitos bancários, R$ 57.500 foi pago em dinheiro “vivo”. Conforme levantamento do Gaeco, o maior saque feito por ele naquele mês de dezembro foi de R$ 16 mil, evidenciando que o valor em espécie vinha de corrupção.

A compra de uma moto Harley Davidson, com valor de R$ 35 mil , também foi colocada em suspeita. A motocicleta foi comprada de Denis Peixoto Ferrão Filho, que foi exonerado do TCE (Tribunal de Contas do Estado) depois da Oiketicus.

“Ocorre que referida aquisição ocorreu sem qualquer correspondência com suas movimentações bancárias, a exemplo de saque, transferência eletrônica etc., a revelar que fora adquirida com dinheiro oriundo de corrupção”, informa a promotoria.

Nas compras suspeitas também estão uma banheira que custou R$ 28 mil, pago à vista e sem correspondência com a movimentação bancária; aquisição de R$ 25.780 na Prada Brasil (vestido, bolsa, sapato e camisa); uma bicicleta por R$ 11 mil; além de R$ 6.865 gastos com pasta para documentos Mont Blanc, cinto e abotoadura. A lista de gastos expressivos incluem viagens, eletrônicos e whisky. Ao todo, R$ 198 mil.

Conforme o Ministério Público, o oficial informou que recebeu no ano de 2015 doação de R$ 20 mil do irmão. Para o Gaeco, com alta patente na corporação, ele valia-se de seu trânsito livre e influência para desempenhar as mais diversas atividades em benefício, e a pedido, daqueles que lhes pagavam propina.

O juiz Alexandre Antunes da Silva recebeu a denúncia em 19 de dezembro e, a pedido do Ministério Público, também decretou a prisão preventiva de Admilson. Ele já está preso desde maio, na operação Oiketicus, que investigou pagamento de propina para facilitar o contrabando de cigarro vindo do Paraguai. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do oficial. 

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