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Capital

Oficiais da PM são condenados por envolvimento na Máfia do Cigarro

Na semana passada, sete policiais militares do chamado núcleo 1 da operação Oiketicus foram condenados por participação no esquema

Geisy Garnes | 11/12/2018 11:39
Tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa, preso na Oiketicus (Foto: Arquivo)
Tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa, preso na Oiketicus (Foto: Arquivo)

A Justiça Militar condenou os três oficiais da Polícia Militar que comandavam o esquema de corrupção denunciado pela operação Oiketicus, em que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) investiga pagamento de propina para policiais liberarem a circulação de produtos contrabandeados do Paraguai.

Na tarde desta segunda-feira (10), o juiz Alexandre Antunes e quatro juízes militares condenaram o tenente-coronel Admilson Cristaldo, o tenente-coronel Luciano Espíndola da Silva e o major Oscar Leite Ribeiro, que segundo o Gaeco era os líderes do esquema de corrupção da Máfia do Cigarro.

Durante o julgamento, Admilson foi condenado por corrupção passiva - com o agravante de ter acontecido durante os anos de 2016 a 2018 - a 7 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão em regime fechado e acabou absolvido dos crimes de organização criminosa, lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores.

Luciano Espíndola foi condenado pelo mesmo crime, também a 7 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão em regime fechado e foi absolvido da acusação de organização criminosa. Já Oscar Leite Ribeiro foi condenado pelo crime de prevaricação, com pena de 2 anos de detenção, iniciando em regime aberto.

Diferente dos outros dois oficiais, o major pode recorrer a decisão em liberdade. Luciano e Admilson permanecem presos mesmo durante a apelação do julgamento.

Entenda - Conforme a denúncia, os policiais militares recebiam propina mensal para liberar a circulação do contrabando de cigarro vindo do Paraguai.

Segundo a denúncia, a estrutura do grupo era piramidal. No topo, policiais militares com patentes mais elevadas desfrutavam de maiores valores. Na lista dos “cabeças” aparecem os três oficiais. Cristaldo era comandante do Batalhão da PM de Jardim – considerado estratégico em uma das frentes pelas quais atuava a organização criminosa investigada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

Na semana passada, sete policiais militares do chamado núcleo 1 da operação Oiketicus foram condenados por participação no esquema.

Elvio Barbosa Romeiro (primeiro sargento), Valdson Gomes de Pinho (cabo), Ivan Edemilson Cabanhe (soldado), Lisberto Sebastião de Lima (soldado) e Erick dos Santos Ossuna (cabo) a 11 anos e quatro meses.

Para Jhondnei Aguilera (primeiro sargento) e Angelúcio Recalde Paniagua (primiero sargento) a pena foi maior: 12 anos e três meses. Os crimes são corrupção passiva, previsto no artigo 308 do Código Penal Militar, e organização criminosa. O sargento Nazário da Silva foi absolvido por falta de provas.

Operação do Gaeco foi realizada em 16 de maio. (Foto: Saul Schramm/ arquivo)
Operação do Gaeco foi realizada em 16 de maio. (Foto: Saul Schramm/ arquivo)

Ofensiva - Na primeira fase da Oiketicus, realizada em 16 de maio, foram cumpridos 20 mandados de prisão preventiva contra policiais, sendo três oficiais, e 45 mandados de busca e apreensão. O saldo total foi de 21 prisões porque um sargento acabou preso em flagrante.

A ação foi em 16 localidades: Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão (distrito), Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá.

Segundo a investigação, a remuneração para os policiais variava de R$ 2 mil por mês a R$ 100 mil. A segunda etapa aconteceu no dia 23 de maio, com mandado de busca e apreensão na casa e escritório de então servidor do TCE (Tribunal de Contas do Estado). A terceira fase foi em 13 de junho, quando mais oito policiais foram presos. No dia primeiro de novembro, a quarta etapa prendeu um tenente-coronel e um sargento.

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