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Capital

Vídeo de agressões se espalha e gera reações violentas na internet

Luana Rodrigues | 05/10/2016 10:25
Página criada no Facebook “pra juntar pessoas pra agredir o Jhonny”. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Página criada no Facebook “pra juntar pessoas pra agredir o Jhonny”. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Comunicado de criador na página. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Comunicado de criador na página. (Foto: Reprodução/ Facebook)

Um julgamento virtual com direito a pena de morte. É isso que internautas de todo o Brasil estão fazendo com Jhonny Celestino Holsback Belluzzo, 19 anos. O garoto não contava com a repercussão da surra que deu em outro jovem de 18 anos, porque a vítima urinou sobre seu carro. O vídeo das agressões circula pelas redes sociais e, em todo o Brasil, revoltou muita gente e despertou um senso de Justiça em quem a agora pensa e se organiza em “dar o troco” no agressor.

No Facebook, um usuário criou uma página chamada ‘Jhonny Holsback – O Agressor’, segundo ele, com objetivo de divulgar informações sobre o rapaz. Em um post, o criador da página afirma que quer ajudar a polícia e lembra: “não faço apologia ao crime”.

Entre os usuários desta mesma página, revolta e ameaças são expostas em comentários do tipo: “Covarde, seu destino está selado, não merece nada menos que a morte”; “Tem mais que levar porrada mesmo!”; “Ele deve morrer, não merece o ar que respira”, escreveram.

Em outra página, o usuário afirma ter criado o espaço “pra juntar pessoas pra agredir o Jhonny”. E um dos usuários comenta: “Esse infeliz tem que morrer mesmo. Se eu fosse esse tal grupo, ia atrás dele no inferno e judiava até ele perder a consciência. Desejo uma morte bem lenta e dolorosa e que a família chore muito no caixão... Educação e boa índole vem de berço e pelo jeito esse ai nunca teve limites. Então que a morte trágica seja bem vida”, escreveu.

Post de página contra o agressor no Facebook. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Post de página contra o agressor no Facebook. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Vídeo de agressões se espalha e gera reações violentas na internet
Comentários em página contra o agressor. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Comentários em página contra o agressor. (Foto: Reprodução/ Facebook)

Medo do troco - São milhares de ameaças e mensagens de revolta, inclusive de pessoas de cidades como Rio de Janeiro, Ceará, Paraná e São Paulo, o que deixa a família do agressor com apavorada.

“Meu filho está com medo de sair de casa e nem foi trabalhar hoje. Briga acontece sempre, mas teve toda essa repercussão porque algum espírito de porco filmou. Eles estavam na mesma festa. Não tinham inimizades. Foi uma situação que aconteceu. Ele vai responder pelo crime que cometeu”, disse o pai do agressor, que preferiu não se identificar.

Ontem (04), o advogado da família, Ronye Mattos, já havia relatado o medo do cliente. “A família está com muito medo. O meu cliente quer reparar todos os erros dele, ele estuda, trabalha, não tem passagem [pela polícia]. Foi num momento de nervosismo que ele tomou esta atitude”, argumenta.

Ronye conta que o jovem investigado por tentativa de homicídio procurou ajuda psicológica depois do que ocorreu. “Ele procurou a vítima também, eles fizeram as pazes e o rapaz garantiu que não quer representar contra o meu cliente”.

O caso – O ataque aconteceu no dia 18 de setembro, foi registrado pela polícia seis dias depois, mas só hoje o delegado Fabiano Nagata, da 1ª DP (Delegacia de Polícia) falou sobre a investigação, depois que o vídeo veio à tona em grupos de WhatsApp.

Dois agressores foram identificados: além de Jhonny, Alessandro Ronaldo Mosca Junior, de 21 anos, também é investigado por tentativa de homicídio.

Vítima e os suspeitos já foram ouvidos pela polícia. O rapaz que apanhou confessou ter urinado em uma das rodas do carro de um dos agressores e, em depoimento, disse acreditar que isso tenha motivado a ira do grupo que o espancou.

Mas, o advogado dá outra versão para os fatos. A vítima teria subido no carro de Jhonny e então urinado. “Meu cliente estava com a namorada e ficou muito nervoso quando se deparou com o rapaz vandalizando o patrimônio dele. Estou interpretando isso como um legitima defesa, defesa da honra”, alegou.

No vídeo, uma pessoa que assiste a confusão pede para que os comparsas parem de chutar e socar a vítima. Ela grita: “não mata ele, não”.

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