Visitado por presidente, Jardim Canguru reclama por asfalto e vê avanço da droga
Principal via, a Catiguá é “ilha” de asfalto que reúne lojas, borracharia e restaurantes
Visitado em 30 de junho do ano passado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), o Jardim Canguru tem ilha de asfalto e convive com o avanço do tráfico de drogas, como sinaliza o aumento de usuários que perambulam pelas vias. Ao mesmo tempo, a região tem expansão com a entrega do residencial, motivo da agenda presidencial em Campo Grande, com a diversificação na oferta de serviços.
Principal via do bairro, a Rua Catiguá, que tem asfalto e é linha do transporte coletivo, ganha elogio dos comerciantes no quesito movimento. “É uma região em expansão e passa bastante gente. Vejo um futuro promissor”, diz Filomeno Lopes, que há um ano transferiu a borracharia do Jardim Tijuca para o Canguru. Com a mudança, passou a trabalhar a 1.200 metros de casa e, antes, precisava se deslocar por 10 km.
No novo endereço, acabou vítima de furto da fiação. “Gastei R$ 250 para consertar, tive que pagar eletricista para fazer a ligação”.
Conforme relatos de moradores à reportagem, o número de usuários de drogas que vagueiam pelas ruas triplicou. Além do furto de fios ou comércios, é comum vê-los buscando restos nas lixeiras.
Dona de uma loja de roupas, Débora Fernanda, 35 anos, conta que os comerciante se organizam em grupo de WhatsApp para monitorar restaurantes, mercados e demais estabelecimentos.
Débora inaugurou a loja há 1 ano e dois meses e viu o movimento aumentar após a entrega do condomínio com 300 apartamentos. “Depois do residencial, ficou melhor para o comércio”.
Natural de Maracaju, Nivaldo Roque Corrêa, 60 anos, é um dos moradores do condomínio desde novembro. Para quem tem apartamento no asfalto, o Jardim Canguru ganha contornos mais elogiosos. “É tranquilo. Tem lotérica, mercados”, afirma. Ele também planeja investir em um depósito de distribuição de carvão.
Maria Pereira de Albres, 63 anos, também elogia os mercados, lanchonetes, farmácias e açougues que se espalham pela Avenida Catiguá, mas segue esperando que o asfalto se espalhe pelo bairro. Nesta terça-feira (dia 7), ela caminhava com cuidado para que a lama da Rua Borá não lhe custasse o par de chinelos bordado. “Ando tentando sair fora do barro, sempre dizem que o asfalto vai passar”.
Há 22 anos na Rua Borá, Claudinei da Silva, 42 anos, é um dos primeiros moradores e há duas décadas espera que a via entre na rota da pavimentação asfáltica. O lamaçal só é atenuado pelo descarte de entulhos de construção, compactando o solo de forma improvisada. Contudo, a situação limita a circulação do seu pai, que tem 79 anos e é cadeirante.
Nessa linha do tempo, Claudinei acompanhou a inauguração de escola no Jardim Canguru, além da abertura de posto de Saúde no Mário Covas, bairro vizinho.
Confira a galeria de imagens: