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Capital

Após denúncias de venda, equipes fiscalizam apartamentos do Jardim Canguru

Imóveis foram entregues há pouco mais de um mês, mas começaram a ser negociados no outro dia

Karine Alencar e Liana Feitosa | 04/08/2022 15:29
Equipes de fiscalização e moradores durante vistoria na tarde desta quinta-feira (Foto: Paulo Francis)
Equipes de fiscalização e moradores durante vistoria na tarde desta quinta-feira (Foto: Paulo Francis)

Após inúmeras denuncias de que contemplados com apartamentos no Jardim Canguru estariam negociando os imóveis entregues há pouco mais de um mês, equipes da Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), e também da Agehab (Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul), decidiram fazer uma vistoria surpresa no local nesta quinta-feira (4).

Segundo a Agência Municipal, o prazo estipulado para que os sorteados mudassem para o residencial já foi finalizado. Com isso, uma fiscalização foi norteada pela Amhasf, logo no início da tarde, por volta das 13h, ocasião em que 20 profissionais percorreram cerca dos 300 apartamentos que integram o prédio.

Marlucy Soares, assistente social da Amhasf, explica que o processo de verificação foi bem tranquilo e nenhuma irregularidade foi constatada. "O trabalho foi conferir os dados dos beneficiários com os dos proprietários dos apartamentos. Caso não batessem as informações, seriam encaminhadas para investigação. Não aconteceu nenhum episódio como esse", relata.

Contudo, ao baterem de porta em porta, muitos apartamentos estavam fechados, o que segundo a assistente social, pode ser devido ao horário comercial. "Em alguns, ninguém atendeu, mas muitas pessoas podem estar trabalhando, porque vimos que há sinais de que tenha gente morando, pelas cortinas e tapetes, mas iremos apurar", avaliou.

Entrega- Os apartamentos foram designados à população no dia 30 de junho, com a visita do presidente Jair Bolsonaro à Capital. Poucas horas depois, no dia (1) de julho, alguns contemplados começaram fazer negociações pelo Facebook e grupos no WhatsApp.

"O meu peguei a chave hoje, não gostei do lugar, faço R$ 7 mil", disse um homem. Outro também responde: "4,5 mil pode vir buscar a chave". Em seguida, um homem afirma que aceita moto no imóvel. "Quem tiver uma moto 150 vem no meu zap".

Durante a vistoria, uma das moradoras lamentou a conduta ao Campo Grande News. "É injusto conseguir e vender de maneira irregular. Se a pessoa decidiu vender, então a prefeitura deveria dar para a pessoa que se propôs a comprar, pagar um preço. O bem não pode fica na mão de uma pessoa que quer desfazer dele", enfatizou Márcia Moura de 43 anos.

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