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Capital

Vítima de estupro diz estar há 1 mês à espera de cumprimento de protetiva

“Esse papel não vale coisa nenhuma”, reclama a diarista de 38 anos

Por Aline dos Santos e Ana Beatriz Rodrigues | 24/03/2024 13:44
“Isso me deixa muito revoltada. Estou viva por um milagre e porque lutei", afima a vítima. (Foto: Paulo Francis)
“Isso me deixa muito revoltada. Estou viva por um milagre e porque lutei", afima a vítima. (Foto: Paulo Francis)

Vítima de agressão e estupro, diarista de 38 anos afirma que está há um mês à espera do cumprimento de medida protetiva, etapa em que o agressor é comunicado da proibição de se aproximar dela e de seus filhos.

“Isso me deixa muito revoltada. Estou viva por um milagre e porque lutei. Fiz a minha parte de ir à delegacia, mas não adiantou de nada, esse papel não vale coisa nenhuma”, afirma a mulher, que mora no Jardim Noroeste, em Campo Grande.

Na sequência, ela mostra o documento da medida protetiva, datado de 27 de fevereiro. A diarista conta que teme se procurada pelo agressor, principalmente por causa dos seus filhos menores de idade. “Fico com o coração apertado”.

A mulher relata que acredita que o agressor ainda ronda seu lar, mas não tem provas desse contato. Ela também  suspeita que o ex-namorado  faça contato na rede social por meio de perfil fake, situação levada à Polícia Civil.

“No dia em que fui fazer o Boletim de Ocorrência, cheguei às 9h e saí às 18h. Passei o dia todo lá. Na verdade, perdi o meu tempo, isso aqui [medida protetiva] não vale para a nada”, diz a vítima.

Ela conta que decidiu procurar a reportagem depois de dois feminicídios em Campo Grande.

A diarista relata que estava namorando há dois meses e viu uma discussão boba se transformar em violência física e sexual. O crime foi em 25 de fevereiro, um domingo. Ela foi agredida com chutes, golpe mata-leão e com punhal.

A reportagem questionou neste domingo (dia 24)  a Polícia Civil e o Poder Judiciário sobre os procedimentos quando o agressor não é localizado e aguarda retorno. O nome do autor não foi divulgado para não identificar a vítima.

Segundo a Polícia Civil, a ciência da decretação da medida protetiva é realizada pelo Poder Judiciário. Em caso de descumprimento da medida, a vítima pode avisar imediatamente as forças policiais, que farão a prisão em flagrante por descumprimento.

Matéria alterada às 9h20 de 25 de março para acréscimo da resposta da Polícia Civil.

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