Vizinhos relatam brigas "frequentes" após mulher matar marido com facada
Natan Silva foi esfaqueado no pescoço; a vítima chegou a ser socorrida, mas morreu na UPA Moreninhas
O vizinho da mulher de 28 anos que matou o marido, Natan Silva, 33, na noite deste sábado (21), na Travessa Petronília Inácio Pereira, no Jardim Novo Século, disse que as brigas entre o casal eram frequentes.
“Eles sempre brigavam, mas eu não esperava que acabasse assim. Ela revidava as agressões. Durante a semana, eles trabalhavam e quase não ficavam em casa, então as brigas eram mais no fim de semana”, revelou o homem à reportagem.
Na manhã deste domingo (22), o Campo Grande News esteve no local onde o crime ocorreu. A casa onde o casal morava estava fechada e no momento não tinha ninguém.
Segundo o vizinho, 50 anos, que não quis se identificar, no momento da briga ele não conseguiu ver a mulher esfaqueando Natan porque estava escuro. “Quando vi que ele tinha levado a facada, falei para ele pôr os dedos para estancar o sangue. Foi só um golpe com uma faca de cabo branco e quando ela acertou começou a esguichar sangue”, relembra o morador.
Ainda conforme relato do vizinho, Natan foi esfaqueado na rua, na esquina da casa onde morava com a mulher, o filho de quatro meses e mais dois enteados.
Após ser ferido com um golpe no pescoço, Natan correu aproximadamente 100 metros para pedir ajuda na casa de outro vizinho. O morador chegou a socorrer a vítima, mas quando chegou na UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário) Moreninhas, o homem já estava inconsciente. Natan não resistiu aos ferimentos e morreu no pronto-socorro. O veículo ficou todo ensanguentado.
Conforme apurado pela reportagem, a suspeita pelo crime é nascida e criada na casa onde os fatos ocorreram. “Quando eu vi tudo que tinha acontecido, procurei o pai dela pelo Facebook, ele veio aqui e ficou sabendo de tudo”, informou a testemunha.
Somente hoje pela manhã, os irmãos da vítima ficaram sabendo da morte de Natan e foram até a casa que ele morava. A vítima tinha uma oficina de motos e a mulher trabalha como manicure.
O caso - De acordo com o boletim de ocorrência, o casal estava brigando dentro de casa. Os dois saíram da residência e Natan passou a agredir companheira com socos e tapas. Na sequência, ele ainda arrastou a mulher pelos cabelos.
Em determinado momento, Natan saiu correndo pedindo socorro, em direção à casa de um vizinho. Ele estava com um ferimento de faca no pescoço.
O vizinho colocou Natan em seu veículo e o levou até a UPA Moreninhas. O carro ficou cheio de sangue. Ao dar entrada na unidade de saúde, a vítima já estava inconsciente.
A mulher foi encontrada pela polícia sentada em uma cadeira nos fundos da casa. Aparentemente em estado de choque, ela revelou que era casada com Natan há dois anos e que juntos eles têm um filho de quatro meses.
Questionada, a mulher revelou aos policiais que no período da tarde, Natan estava bravo porque ela pretendia levar os filhos dela de outro relacionamento em uma festa de aniversário da família de seu ex-companheiro.
Durante a festa, a suspeita discutiu com Natan pelo telefone e disse que voltaria logo para casa. Ela contou que na ligação percebeu que o marido estava nervoso e havia bebido.
Segundo relato da mulher, ao chegar em casa, Natan estava nervoso e agressivo. Ela foi para o quarto com o filho de quatro meses e deitou para dormir, momento em que as agressões começaram.
Natan segurava uma faca de cabo branco e que após as agressões, pegou o bebê do casal e saiu. Com medo de que a vítima fizesse algo contra o filho, a mulher pegou uma faca na cozinha e saiu correndo atrás do marido.
Quando tentou pegar a criança, novamente foi agredida por Natan, fato que foi presenciado por outras pessoas que estavam na rua. A suspeita pelo crime não soube dizer se Natan a entregou o bebê ou se ela tirou o filho dele, mas neste momento, a vítima novamente avançou contra ela, momento em que ela o atingiu com a faca.
Ela revelou não saber onde o marido foi atingido. Após matar o marido, ela voltou para casa com o filho no colo e se trancou. Somente quando a polícia chegou ela soube que o marido havia morrido.
Durante relato, a mulher disse que que as brigas que tinha com Natan ocorriam porque os dois bebiam e que o marido ficava muito agressivo, chegando a agredi-la com socos, xingamentos e puxão de cabelo.
A mulher foi encaminhada para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, onde foi ouvida e liberada. Foi expedido uma requisição para que ela faça exame de corpo de delito no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).
O caso foi registrado como homicídio simples, lesão corporal dolosa, ameaça e dano.
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