Clamando por justiça, índios chegam para encontro com ministro
Um grupo de 16 índios da etnia Guarani-Kawová acaba de chegar na sede da governadoria, onde daqui a pouco devem ser recebidos pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para uma reunião com o ministro da Justiça José Eduardo Cardoso. Carregando cruzes que simbolizam as vidas perdidas durante os anos de conflitos por terra em Mato Grosso do Sul, os indígenas cobram justiça pela morte do índio Simião Vilhalva, ocorrida no dia 29 de agosto, em Antônio João, a 279 quilômetros da Capital.
Segundo o cacique da Aldeia Água Bonita, de Campo Grande, Nito Nelson, o grupo pretende pedir agilidade das autoridades para que apure, não só quem foi o autor, mas o mandante do assassinato de Simião, que ocorreu em uma período de extrema tensão entre fazendeiros e índios na região de Antônio João.
“Vamos pedir para o ministro (da Justiça) que haja rápido para achar o verdadeiro responsável. Muitas vidas já foram perdidas e até agora nada foi feito, ninguém foi preso. É preciso que as autoridades façam alguma coisa, não podemos admitir que mais sangue de índio derrame sobre as terras que nos são de direito”, disse.
Nito lembrou ainda que em 2005, um grupo de indígenas do Estado, liderado por ele, esteve em Brasília e na ocasião conseguiram a homologação da área onde hoje ocorre o conflito em Antônio João.
“A gente há tempos estamos tentando resolver esse impasse, mas o governo federal é moroso e deixou essa bomba estourar. Queremos uma definição pra isso”, disse.
Neste momento, o ministro José Eduardo Cardoso está reunido com produtores rurais e logo mais deve receber o grupo.