Com ajuda da celulose, volume de cargas em terminais cresce 45%
Apenas o segmento aumentou em cinco vezes o volume dos embarques
Famosa na voz de Chitãozinho e Xororó, Aparecida do Taboado, no nordeste sul-mato-grossense, está se tornando, sob a ótica da logística, muito mais que a terra dos “60 dias apaixonado”. O movimento no novo terminal intermodal do município, investimento de R$ 65 milhões da Fibria, contribuiu para que o volume de cargas em todo o Estado crescesse 45% no primeiro bimestre deste ano em relação a mesmo período de 2017. Apenas o volume de celulose, com a alta mais expressiva, quintuplicou nos dois primeiros meses do ano.
Conforme os dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), o volume de cargas embarcadas nos terminais ferroviários de Mato Grosso do Sul totalizou 955.204 TU (toneladas úteis) no acumulado de janeiro e fevereiro deste ano. A quantidade é superior aos 685.001 TU em produtos carregados em trens nos mesmos meses de 2017.
São escoados pelas vias férreas sul-mato-grossenses celulose, minério de ferro e de manganês, soja, etanol e óleo diesel. O setor de celulose quintuplicou o volume embarcado. Antes o carregamento era feito apenas em Jupiá pela Malha Ferroviária Oeste, mas com os investimentos da Fibria passaram a ser feitos também em Aparecida do Taboado.
Nesse terminal, foram embarcados 150.128 TU de celulose, 15% do total de todas as cargas. No geral, a quantidade de cargas de celulose subiu de 51.928 TU para 280.097 TU do primeiro bimestre de 2017 ao mesmo período deste ano, incremento de 439%.
“A Fibria investiu R$ 65 milhões no terminal de Aparecida do Taboado. Então, Aparecida do Taboado, que não tinha exportação de celulose, passou a ter com a Horizonte 2 [projeto da Fibria]. A celulose sai de Três Lagoas, operando 24 horas por dia e usa essa ferrovia”, informou o titular da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck.
De acordo com a Fibria, o terminal tem capacidade para escoar 1,95 milhão de toneladas de celulose por ano. De Aparecida do Taboado, é escoado a produção da nova fábrica em Três Lagoas para o terminal de Macuco, no Porto de Santos (SP). De lá segue para os Estados Unidos e países da Ásia e Europa.
Chapadão do Sul – O terminal de Aparecida do Taboado integra a Ferronorte, da concessionária Rumo. Na mesma ferrovia, o terminal de Chapadão do Sul, reativado neste mês. “A Rumo cumpriu o compromisso de reativação desse terminal. Por lá, atualmente, há 70, 80 caminhões por dia descarregando. Já foram exportadas, neste ano, 120 mil toneladas de soja, carregada em Chapadão”, afirmou Verruck.
Ele acrescentou que está sendo construído no terminal de Chapadão um armazém com capacidade para 40 mil toneladas de grãos. “Estão fazendo também uma estrutura de descarregamento de caminhões e de carregamento do trem totalmente nova. A ideia é transportar por lá 2 milhões de toneladas de soja, não só de Mato Grosso do Sul, mas também de Goiás”, completou o secretário, que já visitou o local depois das reformas.
No primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo intervalo de 2017, o volume total de soja carregada nos terminais ferroviários de Mato Grosso do Sul apresentou incremento expressivo de 65%, passando de 47.883 TU para 79.322 TU.
Outros produtos – Não só a celulose e soja tiveram presença mais acentuada no transporte ferroviário de Mato Grosso do Sul neste ano. Os números da ANTT mostram crescimento no volume dos demais produtos exportados por esse tipo de transporte em janeiro e fevereiro de 2018 frente ao resultado dos mesmos meses de 2017.
O volume de carga de minério de ferro e de manganês teve alta de 8,75%, de 497.116 TU para 540.640 TU. Quanto a etanol e óleo diesel, o crescimento foi de 8%, de 88.074 TU para 95.115.