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Cidades

Decreto prevê força policial para liberar rodovias e compras emergenciais

Movimento inicialmente contra a alta dos combustíveis, principalmente o diesel, a paralisação nacional dos caminhoneiros chegou ao 9º dia

Anahi Zurutuza e Leonardo Rocha | 29/05/2018 12:50
Governador Reinaldo Azambuja em entrevista (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Governador Reinaldo Azambuja em entrevista (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

O decreto de emergência do Governo de Mato Grosso do Sul por causa da greve dos caminhoneiros prevê o uso de forças policiais, inclusive com a convocação de agentes de férias, para desbloquear rodovias estaduais por onde caminhões de cargas estejam sendo impedidos de passar.

O Executivo estadual também autoriza comprar emergenciais, ou seja, sem a necessidade de abertura de licitação, para a “manutenção dos serviços públicos essenciais”.

Conforma nota da administração estadual, o decreto já foi assinado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e portanto, deve ser publicado no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (30).

O governo afirma que “o movimento tem impedido a livre circulação de mercadorias” e que nos últimos dias, “apenas dois caminhões de carga conseguiram entrar no Estado”.

Conforme balanço apresentado também pelo Executivo, 30 municípios sofrem com o desabastecimento de combustível e que a “tendência é que o quadro se estenda para outras cidades”.

Hospitais estão enfrentando problemas, cita a nota do governo sobre a suspensão, por exemplo, das cirurgias eletivas das santas casas de Campo Grande e Corumbá.

Além disso, justiça o governo, há grande risco de faltar remédios, alimentos, gás de cozinha e da morte de aves e suínos por falta de ração.

A administração estadual lembra ainda dos prejuízos nas indústrias, calculado pela Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) em R$ 100 milhões por dia.

Mais cedo o Campo Grande News foi o primeiro a informar que o governo do Estado deveria decretar emergência em Mato Grosso do Sul.

Força policial – O texto do decreto em si libera “a mobilização de forças de segurança do Estado, como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Civil e Defesa Civil, inclusive determinando regime especial de prontidão, plantão permanente, suspensão de férias e outras medidas que se façam necessárias para o cumprimento deste decreto” para “a garantir da livre circulação dos meios de transporte necessários à distribuição de gêneros de primeira necessidade”.

Caminhões parados no acostamento e pátio de posto de combustíveis na BR-163, em Campo Grande (Foto: Marina Pacheco)
Caminhões parados no acostamento e pátio de posto de combustíveis na BR-163, em Campo Grande (Foto: Marina Pacheco)

Greve – Movimento inicialmente contra a alta dos combustíveis, principalmente o diesel, a paralisação nacional dos caminhoneiros chegou ao 9º dia.

A greve causou colapso em várias cidades, prejudicando o abastecimento dos tanques dos postos de combustíveis e também o desabastecimento parcial de supermercados, além de ter tido impacto no transporte coletivo, indústria e comércio.

A manifestação perdeu 40 pontos de manifestações nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (29). Ontem, eram 64 locais onde a categoria se concentrava para protestar. Hoje, o número de protestos caiu para 24, segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Assim como ontem, há seis pontos de interdição para caminhoneiros nas BRs. No Posto Kátia Locatelli, na BR-163 em Campo Grande, e na mesma rodovia em Caarapó, Rio Brilhante e Rio Verde de Mato Grosso. Também há interdições para caminhões na BR-262 em Terenos e BR-267 em Maracaju.

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