Delegada deve ouvir Maníaco da Cruz sobre crime em SP
A Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude) deverá ouvir nas próximas semanas o adolescente de 16 anos que ficou conhecido como Maníaco da Cruz, por matar e deixar em posição de crucificação três pessoas em Rio Brilhante, município que fica a 161 quilômetros de Campo Grande. Ele será ouvido pela suspeita de autoria de um assassinato no interior de São Paulo. O corpo da vítima também foi encontrado em posição de crucificação.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Maria de Lourdes Cano, a solicitação foi feita pela Polícia de São Paulo por meio de um ofício. A suspeita é de que o adolescente seja responsável por uma morte no interior de São Paulo em fevereiro do ano passado.
O jovem foi encontrado morto em posição de crucificação. Mas, por conta das circunstâncias que envolvem o crime, a delegada acredita que não seja de autoria do jovem de Rio Brilhante.
Para ela, o rapaz morto em SP foi vítima de algum tipo de vingança, por conta de seus antecedentes criminais. Além disso, o corpo foi encontrado sem os olhos e com sinais de tortura, o que não faz parte do 'ritual' do maníaco de Rio Brilhante.
"Eu acredito que não haja a possibilidade de qualquer participação dele", garante a delegada. Apesar disso, ela deverá ir à Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã para ouvir o garoto sobre a possível autoria do crime.
Quanto aos crimes praticados por ele em Rio Brilhante, as investigações já foram encerradas.
Exames - Transferido para a Unei de Ponta Porã no final de janeiro deste ano, o Maníaco da Cruz passou por vários exames psicológicos. O laudo psicológico feito no final do ano passado atestou que ele não possui distúrbios mentais.
Após o resultado do exame, a defensora pública que o representa, Edmeire de Souza, conseguiu com o Ministério Público Estadual parecer favorável para a realização de um teste psicológico mais detalhado, o Rorschach.
Segundo a delegada do caso, o resultado desse exame também não indicou distúrbios psicológicos. Agora, o adolescente deverá ser submetido à avaliação de um psiquiatra para comprovar se não possui mesmo nenhum distúrbio mental.