Estabilidade e carreira atraem candidatos que se dizem confiantes para prova
Concurso da Polícia Civil teve 5,5 mil inscritos em Mato Grosso do Sul
Estabilidade financeira e carreira dentro da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, estão entre as metas de quem encara as provas para agente de polícia científica na tarde deste domingo (12). Nem a forte e rápida chuva, justo no horário de abertura dos portões, assustou os candidatos, que se disseram confiantes. São 5,5 mil inscrições feitas - média de 71 candidatos por vaga - e pela manhã, ocorreu a prova para perito papiloscopista.
O gestor em segurança pública privada e vigilante de carro-forte, Alessandro Sandim, de 43 anos, chegou embaixo de chuva na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), onde ocorrem as provas. "Estou procurando estabilidade e quem está na chuva é para se molhar", brincou. "Trabalho há mais de 20 anos na área de segurança e estou confiante. Preciso acertar 90% das questões", complementou.
O estudante Marlow Oliveira Ramires, de 23 anos, está terminando a graduação em letras e também afirmou estar confiante, pois estudou bastante para o concurso. "Estudei bastante e acredito que não vai estar tão difícil", afirmou, afirmando que pode ter dificuldades em questões de raciocínio lógico e direito processual. "Sempre tive interesse na carreira de policial, fiz o da Guarda e agora estou tentando esse".
O concurso conta com esquema de segurança. Equipes da Anatel estão no local, onde captam ondas de rádio, celular e ponto eletrônicos. Equipes da Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) também fazem vistorias no prédio contra fraudes. No local, há detector de metais. Até o momento, o concurso segue tranquilamente.
Déficit - Em Campo Grande, apenas uma equipe de perícia atua e com isso, a espera sempre é longa nos atendimentos de acidentes com morte ou homicídios, onde presença de peritos e delegados é obrigatória. Essa mesma equipe ainda atua nas cidades de Terenos e Sidrolândia.
No concurso de hoje são oferecidas apenas 36 vagas para agente de polícia científica, o que ainda não supre a necessidade do Estado todo, que hoje tem quadro de 330 profissionais, com apenas 78 em atividade. O último concurso para o cargo ocorreu em 2014.
Mesmo assim, o secretário adjunto da SAD (Secretaria Estadual de Administração), Édio Vegas, disse ao Campo Grande News que o número de vagas reduzirá esse déficit, atendendo "minimamente as necessidades que foram apresentadas".
O diretor da Acadepol (Academia de Polícia Civil do Mato Grosso do Sul), delegado Roberto Gurgel, complementou, afirmando que com as 36 vagas preenchidas, o serviço será melhor prestado. "Ao longo dos últimos anos o Estado tem investido nos concursos públicos de todas as carreiras, isso reduz o déficit de efetivo e gera prestação de serviço muito melhor".
Em fevereiro, o o presidente do Sinpof/MS (Sindicato dos Peritos Oficiais Forenses de Mato Grosso do Sul), Sebastião Renato da Costa Oliveira, revelou ao Campo Grande News que para tentar suprir a falta, ao invés de mais vagas serem abertas através de concurso, servidores peritos do expediente interno passaram a atuar externamente, atendendo as cenas de crimes. Com isso, o trabalho de laudos foi prejudicado.
“E o concurso para perito é demorado, são sete fases, ainda tem treinamento, investigação social. É no mínimo um ano, um ano e meio para começar a atuar de fato”.
Concurso - A divulgação do gabarito preliminar está prevista para o dia 14 de dezembro, com a abertura do prazo para interposição de recursos até o dia 15 de dezembro.
Para o concurso estão previstas seis fases, compreendidas entre a Prova Escrita Objetiva (Fase I), Avaliação Médico-Odontológica (Fase II), Avaliação Psicológica (Fase III), Prova de Títulos (Fase IV); Curso de Formação Policial (Fase V) e Investigação Social (Fase VI).
O edital com todas as regras da convocação e orientações para a realização das provas escritas, bem como os anexos com o ensalamentos dos candidatos podem acessados no suplemento do Diário Oficial do Estado nº 10.698.