Funcionários de empresa de ônibus enfrentam atraso no salário e vale-alimentação
“A gente está cansado, comendo arroz e feijão”, afirma funcionário ao Campo Grande News
Funcionários da Viação São Luiz, empresa de transporte rodoviário, relatam atraso salarial e no pagamento do vale-alimentação. O problema foi repassado ao Campo Grande News nesta sexta-feira (dia 24) por pessoas que pediram para não ter os nomes divulgados.
Eles informam que os salários de 55 funcionários de Campo Grande estão atrasados. São motoristas e trabalhadores nas áreas de manutenção, limpeza e cargas.
Os salários estão atrasados há 12 dias, enquanto o vale-alimentação não é pago há quatro meses. O benefício é de R$ 500 para motoristas e R$ 350 para os demais. “A gente está cansado, comendo arroz e feijão”, afirma um dos funcionários. Ainda segundo ele, a empresa também não recolhe há anos o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
A reportagem foi à garagem da São Luiz, localizada na avenida Gunter Hans, São Jorge da Lagoa, em Campo Grande. No local, a informação de um representante da empresa é de que não há paralisação e nem atrasos no pagamento.
A equipe foi orientada a buscar informações com sede da São Luiz, que fica em Três Lagoas. O Campo Grande News não conseguiu contato por meio dos telefones disponíveis na página da São Luiz na internet.
A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviários de Cargas, de Coletivos Intermunicipais e Interestaduais de Mato Grosso do Sul informa que soube da situação pela imprensa e tenta contato com a empresa.
De acordo com o presidente da federação e do sindicato da categoria na Capital, Samir José da Silva, foi confirmado atraso salarial para 126 trabalhadores em Campo Grande, Cassilândia, Costa Rica e Rondonópolis (Mato Grosso). Já o atraso no vale-alimentação seria de três meses.
Samir conta que foi informado que a direção da empresa está em reunião em Três Lagoas. Caso não consiga um posicionamento, o sindicato pode lançar um edital e notificar a Agepan ( Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos) e ANTT (Agência Nacional do Transporte Terrestre), com prazo de 72 horas para paralisação.
“Se os trabalhadores pararem sozinho, sem notificação, correm o risco de demissão por justa causa”, diz. Segundo Samir, somente neste ano já foram duas greves de funcionários da São Luiz.