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Cidades

Gaeco denuncia 28 policiais militares por corrupção e organização criminosa

Promotoria também pede que que seja decretada a perda de cargos dos denunciados

Aline dos Santos | 15/06/2018 13:10
Admilson é apontado como um coordenadores de esquema. (Foto: Fernando Antunes)
Admilson é apontado como um coordenadores de esquema. (Foto: Fernando Antunes)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) denunciou à Justiça 28 policiais militares alvos da operação Oiketicus, que investiga pagamento de propina pela Máfia do Cigarro para a livre circulação dos produtos contrabandeados do Paraguai.

A lista é formada por Admilson Cristaldo Barbosa, Alisson José Carvalho de Almeida, Anderson Gonçalves de Souza, Angelucio Recalde Paniagua, Aparecido Cristiano Fialho, Claudomiro de Goes Souza, Claiton de Azevedo, Clodoaldo Casanova Ajala, Elvio Barbosa Romeiro, Erick dos Santos Ossuna, Francisco Novaes, Ivan Edemilson Cabanhe, Jhondnei Aguilera, Kelson Augusto Brito Ujakov, Kleber da Costa Ferreira.

Além de Lindomar Espindola da Silva, Lisberto Sebastião de Lima, Luciano Espindola da Silva, Maira Aparecida Torres Martins, Marcelo de Souza Lopes, Nazário da Silva, Nestor Bogado Filho, Nilson Procedônio Espíndola, Oscar Leite Ribeiro, Roni Lima Rios, Salvador Soares Borges, Valdson Gomes de Pinho e Wagner Nunes Pereira.

Conforme o documento, datado de 4 de junho, todos foram denunciados por corrupção passiva e organização criminosa. O MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), por meio do Gaeco e da 24ª Promotoria de Justiça, pede também que seja decretada a perda de cargos dos denunciados.

“Haja vista que a conduta de todos é da mais alta gravidade e fere frontalmente o decoro da classe, o pundonor [ponto de honra] e o sentimento do dever, de maneira que se tornam incompatíveis com a atividade policial militar”. A denúncia foi apresentada à Justiça Militar, que decide se abre ou não a ação penal. 

Na 1ª  fase, foram presos 21 policiais no Estado. (Foto: Fernando Antunes)
Na 1ª fase, foram presos 21 policiais no Estado. (Foto: Fernando Antunes)

Piramidal – Segundo a promotoria, a estrutura do grupo era piramidal. No topo, policiais militares com patentes mais elevadas desfrutavam de maiores valores. Na lista dos “cabeças” aparecem três oficiais: o tenente-coronel Admilson Cristaldo, o tenente coronel Luciano Espindola da Silva e o major Oscar Leite Ribeiro. O tenente-coronel e o major também foram denunciados por lavagem de dinheiro.

Durante a investigação, o MP já havia apontado que Admilson tinha padrão de vida “totalmente incompatível com seus rendimentos como policial militar”. O coronel comprava carros, moto Harley Davidson, itens da Prada Brasil, banheira que custou R$ 28 mil entre compra e instalação, além de viagens no Brasil e no exterior

Três etapas - Na primeira fase, realizada em 16 de maio, foram cumpridos 20 mandados de prisão preventiva contra policiais, sendo três oficiais, e 45 mandados de busca e apreensão. O saldo total foi de 21 prisões porque um sargento acabou preso em flagrante.

A ação foi em 16 localidades: Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão (distrito), Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá.

Segundo a investigação, a remuneração para os policiais variava de R$ 2 mil por mês a R$ 100 mil.

A segunda etapa aconteceu no dia 23 de maio, com mandado de busca e apreensão na casa e escritório de servidor do TCE (Tribunal de Contas do Estado). A terceira fase foi em 13 de junho, com mais oito prisões de policiais militares. Nome da operação, oiketicus é um inseto conhecido popularmente como “bicho cigarreiro”.

ùltima fase aconteceu no dia 13 de Junho, com oito mandados de prisão cumpridos pela Corregedoria da PM. (Foto: Kleber Clajus)
ùltima fase aconteceu no dia 13 de Junho, com oito mandados de prisão cumpridos pela Corregedoria da PM. (Foto: Kleber Clajus)
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