André defende internação compulsória para casos crônicos de dependência
O governador André Puccinelli (PMDB) avalia que é preciso muito cuidado na hora de tratar um dependente químico. Experiente, Puccinelli afirma que é muito importante a presença da família no tratamento e defende internação compulsória apenas nos casos de reincidência.
“O camarada começou agora. Das primeiras vezes não deve ser internação compulsória. Por que isso mexe muito com o psiquismo da pessoa. Agora, foi internado uma vez, saiu, internado outra vez, e saiu. Em determinado momento a internação compulsória deve se tornar necessária. Então, a priori, não se deve ter internação compulsória. Mas, em determinado momento, tem que ter para os reincidentes”.
O governador explica que percebeu que a internação compulsória é eficaz ao auxiliar na recuperação de um dependente. “Tive o exemplo de uma pessoa que procurou tratar em uma fazenda de Rio Brilhante e não funcionou. Na compulsória ficou e recuperou.
Eu auxiliei a recuperação. Pelo conhecimento científico e, principalmente, experiência, vejo que no primeiro momento não precisa, mas pode ser necessário”. Em estados como o Rio de Janeiro e São Paulo a internação compulsória já é autorizada. O governador não falou sobre a possibilidade de autorizar a internação compulsória no Estado.
Nesta semana, o caso de uma menina de 12 anos levantou a questão. Ela furtou uma mercearia no bairro Lageado, em Campo Grande, para para comprar pasta-base de cocaína. Em entrevista ao Campo Grande News, o psiquiatra Marcos Estevão do Santos Moura, experiente no tratamento de dependentes, também ressaltou a importância da presença da família e defendeu a internação compulsória para evitar a perda do raciocínio e outros efeitos devastadores da droga.
“Aqui no Estado ainda não temos o tratamento compulsório, por isso é imprescindível o apoio familiar. Se não tiver alguém para conter o paciente em casa, o tratamento deve ser em uma clínica”, declarou.
Reincidente - A mãe da menina que furtou a mercearia afirma que a filha já foi internada duas vezes. A garota, que parou de estudar na quarta série, já apresenta o resultado da droga, como magreza, sonolência e raciocínio lento. Quando o Campo Grande News esteve na casa, a garota chegou a se esconder debaixo da cama.