Governo diz que Abadia age para antecipar extradição
A Polícia Federal suspeita que o traficante Juan Carlos Abadía se uniu a Fernandinho Beira-Mar para acelerar sua extradição aos Estados Unidos, segundo informou o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior ao jornal Estado de São Paulo. Nesta semana a Polícia Federal divulgou que os dois estariam tramando planos contra autoridades. Segundo Tuma, o traficante diz que é esfolado financeiramente no País e as condições das cadeias são deploráveis. "Mas o efeito pode ser contrário", alerta. "Ele acaba cometendo outros crimes no Brasil e assim retarda mais ainda o processo." O governo já tomou a decisão de extraditar o traficante o mais rápido possível, talvez ainda neste ano, mas a medida depende de os EUA aceitar restrições definidas pelo Supremo Tribunal Federal, como não condená-lo a mais de 30 anos.
Os EUA já concordaram em não aplicar uma sentença de morte, mas estudam fórmulas para evitar uma punição branda, como a sugerida pelo Brasil. Acusado de mais de 30 assassinatos na América do Norte, alguns em Estados com pena capital, se não fosse a intervenção do STF, com certeza Abadía seria condenado à execução.
Outro entrave é que Abadía já foi condenado no Brasil a 30 anos de prisão por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Dessa forma, a Justiça pode exigir que ele cumpra total ou parcialmente a pena no País. "