Governo propõe troca de fazendas para pôr fim a conflito indígena
Troca de fazendas é discutida entre governo federal e produtores rurais para dar fim à negociação por 15 mil hectares em Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia, a terra Buriti. Depois de mais de um ano de discussão, o processo para compra da área voltou a paralisar. Conforme o apurado pelo Campo Grande News, a presidente Dilma Rousseff (PT) deu ordem para acelerar a negociação.
Agora, é discutida o repasse de duas fazendas para indenizar os produtores. Um imóvel rural com 13 mil hectares em Jardim e uma propriedade com dois mil hectares em Nioaque.
No curso da negociação, chegou a ser cogitada área no Pantanal, que foi descartada pelos fazendeiros. Ainda conforme informações extraoficiais, a presidente determinou que o Incra faça nova avaliação da terra Buriti.
Nesta segunda-feira, técnicos de órgãos ligados à questão fundiária realizam reunião no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). À tarde, as propostas serão discutidas na Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul).
Na última proposta, divulgada na sexta-feira, a União elevou o valor da indenização de R$ 78 milhões para R$ 80 milhões. No entanto, os produtores cobram o valor de R$ 130 milhões, apresentados no contra laudo elaborado por uma empresa particular. Do total, são 124,5 milhões pela área e R$ 5,5 milhões para indenizar as benfeitorias.
Com a negociação frustrada, a Famasul divulgou nota de repúdio, denunciando descaso e uma manobra premeditada do governo federal, que descumpriu prazos e deixou a decisão para depois da abertura da Copa do Mundo.
Representante dos índios terenas, o advogado Luiz Henrique Eloy afirma que o valor oferecido pela União é justo. “Quando pedem R$ 130 milhões, não levam em consideração a depreciação da área. É muito para uma área em conflito”, afirma.