Instituto rebate Acrissul e diz que expedição não quer propaganda
Em nota divulgada nesta quarta-feira, o Instituto SOS Pantantal rebateu as críticas feitas pela Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e afirmou que o Projeto Expedição Pantanal, lançado no dia 10 deste mês, não busca propaganda do instituto nem uma agenda negativa do Pantanal.
Segundo o órgão, o projeto é “sério”, começou a ser elaborado em 2009, e irá mapear, por meio de nove rotas desenhadas, iniciativas voltadas à sustentabilidade na região da Bacia do Alto Paraguai para conhecer práticas ambientais, sociais e econômicas.
Pelo fato do Pantanal se tratar de um dos biomas mais conservados do País, informa a Oscip, os produtores rurais realizam atividades de maneira diferenciada e a Expedição Pantanal quer divulgar estas práticas.
“O projeto não visa realizar uma avaliação ou auditoria socioambiental das atividades do Pantanal e sim uma identificação de processos sustentáveis que vêm contribuindo para a qualificação do desenvolvimento do Pantanal ao longo de sua história”, diz um trecho da nota.
O SOS Pantanal garante ainda que as visitas nas propriedades rurais são feitas após agendamentos, feitos com antecedência, para não atrapalhar a rotina nos locais. Além disso, afirma que o resultado da expedição vai ser divulgado em eventos e publicações.
”O Instituto SOS Pantanal acredita que junto com os produtores pantaneiros e outros atores da região podem contribuir para manutenção das práticas que hoje conservam o Pantanal”, diz o órgão.
Crítica - Ontem, também por meio de nota, a Acrissul considerou nociva a presença do instituto no Pantanal, além de considerar que a iniciativa tem caráter midiático e que ONGs costumam atuar desta forma interessados em receber recursos internacionais.
A nota também sinalizou que a expedição divulgaria somente aspectos negativos da presença humana no Pantanal e alegou, em contrapartida, que estudos indicam que a região tem 87% de sua área totalmente preservada e convive harmonicamente com a pecuária há mais de 200 anos.
A Acrissul declarou ainda que os proprietários pantaneiros teriam traçado o roteiro “sem comunicar a ninguém, nem a proprietários, nem a associações de classes, ou mesmo consultou a Embrapa-Pantanal, que está na região há 30 anos e é a maior autoridade científica da região”.