Advogada e marido são presos por golpe, ao vender carro alugado e alegar "furto"
Com bebê no colo, casal vendeu caminhonete na fronteira e registrou furto para ficar com dinheiro
A advogada Marília Vitor Leite e o marido Lucas Mendonça Moraes, ambos do estado do Paraná, foram presos na quinta-feira (16), em Ponta Porã, fronteira com o Paraguai, por estelionato e falsa comunicação de crime. O flagrante foi feito no momento em que o casal registrava a falsa ocorrência do furto de um veículo, que os dois haviam vendido no país vizinho.
Conforme apurado pela reportagem, o casal chegou em Naviraí em um Hyundai HB20 e em uma locadora da cidade, alugou uma caminhonete L200 Triton Sport, na terça-feira (14). O vídeo acima mostra o momento em que o casal, com a filha de 5 meses nos braços, alugou o automóvel.
A mulher sai da empresa dirigindo a caminhonete, enquanto o marido conduzia o outro carro. No dia seguinte, fizeram uma cópia da chave da caminhonete com um chaveiro que fica na linha internacional, já em Ponta Porã.
Mais tarde, no mesmo dia, o casal vendeu a L200 locada por R$ 40 mil. Segundo as investigações, eles deixaram a chave em cima do pneu da caminhonete e algum tempo depois, um homem, ainda a ser identificado, pegou a chave e saiu com o veículo. Toda a ação da dupla foi flagrada por câmeras de segurança, desde o momento da locação até a venda do veículo e mostra ainda o casal voltando a pé.
Nessa quinta-feira (16), a dupla foi até a delegacia registrar ocorrência de furto do automóvel. No registro, Lucas chegou a apresentar a CNH de seu irmão gêmeo. Em diligências, policiais pesquisaram dados sobre a pessoa com o nome que constava no documento e fizeram perguntas à pessoa que estava na delegacia, que não soube responder, momento em que foi descoberta sua verdadeira identidade.
Durante a prisão do casal na delegacia, foram encontrados R$ 38,6 mil que estavam escondidos no meio dos pertences da criança, dentro de uma bolsa.
O casal responderá por estelionato, falsa comunicação de crime e falsidade ideológica. Devido ao flagrante, o advogado Jad Raymond El Hage, presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Ponta Porã, foi acionado.
Em nota, a Comissão de Prerrogativas informou que passou a tarde acompanhando o caso. O plantonista se deslocou até o local para verificar se houve alguma violação às prerrogativas da colega. "Tendo constatado não haver dita violação e a família possuir advogado, retornou sem necessidade de intervenção ao inquérito", informou.