Após fugir sem ajudar vítima de acidente, motorista inventa roubo para escapar
Ciclista de 16 anos foi levado para a Santa Casa em estado grave ao sofrer traumatismo cranioencefálico
Depois de atropelar um adolescente de 16 anos e fugir sem prestar socorro, motorista de uma caminhonete S10 simulou ter sido roubado para tentar escapar do flagrante. Carlos Ronaldo Borges, de 40 anos, chegou a registrar um boletim de ocorrência sobre o falso crime, mas acabou preso em flagrante pelo acidente e por ter mentido para a polícia.
Eram 19h05, quando o adolescente foi atingido pela caminhonete dirigida por Carlos. O rapaz andava de bicicleta com o irmão pela Avenida Três Barras e foi atropelado no cruzamento com a Rua Darvin Dolabani. “Eu estava um pouco mais pra frente, ele estava atrás. Eu avistei a caminhonete vindo, mas olhei para frente, em questão de 1 minuto, ele pegou o meu irmão”, contou o jovem de 18 anos.
Depois de atingir o ciclista, Carlos fugiu sem prestar qualquer tipo de socorro. O menino foi levado para a Santa Casa, em estado grave. Sofreu traumatismo cranioencefálico e precisou passar por uma cirurgia na cabeça. Também sofreu diversas lesões pelo corpo. A bicicleta que ele estava ficou destruída.
Na expectativa de conseguir identificar o autor do crime, a família se mobilizou e conseguiu imagens do momento em que a caminhonete fura a preferencial em alta velocidade. Apesar do vídeo não mostrar o ciclista ser atingido, se sabe que foi naqueles segundos que Carlos atropelou o adolescente.
Pouco depois de fugir sem prestar qualquer socorro, Carlos abandonou a S10 toda aberta e decidiu simular ter sido roubado. Ligou para o 190 para denunciar o “crime” e depois foi até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol e registrou um boletim de ocorrência.
No relato feito a polícia, afirmou que foi “fechado” por uma moto, enquanto dirigia pela Avenida Gury Marques e rendido por dois homens armados. Sob ameaças de morte foi forçado a descer do veículo e entregar as chaves. Para afastar as suspeitas, falou que o crime aconteceu às 18h50, apesar do caso só ter sigo registrado por ele às 20h38.
A história mirabolante, no entanto, não funcionou. Logo, os policiais descobriram a mentira e prenderam Carlos. Segundo o delegado Christian Mollinedo, diante de toda a situação, ele foi responsabilizado por quatro crimes: falsa comunicação de crime, lesão corporal na condução veículo automotor, evasão do local de trânsito e deixar prestar socorro à vítima de acidente.
Ao Campo Grande News, a família do adolescente revelou que um advogado, supostamente responsável pela defesa de Carlos, chegou a entrar em contato para perguntar como a vítima estava. Caso segue em investigação e a vítima se recupera na Santa Casa.