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Interior

Advogado pede cassação de vereador acusado de espancar a noiva há 5 meses

Denúncia contra Diogo Castilho foi protocolada hoje na Câmara de Dourados pelo defensor da vítima

Helio de Freitas, de Dourados | 28/01/2022 14:34
O vereador Diogo Castilho em discurso no plenário da Câmara de Dourados. (Foto: Divulgação)
O vereador Diogo Castilho em discurso no plenário da Câmara de Dourados. (Foto: Divulgação)

Preso em setembro do ano passado e afastado do mandato por três meses acusado de espancar e ameaçar a noiva, o vereador de Dourados Diogo Castilho (DEM) virou alvo de outro pedido de cassação por quebra de decoro.

Nesta sexta-feira (28), o advogado Felipe Cazuo Azuma pediu abertura de Comissão Processante contra o democrata. O requerimento de 16 páginas foi protocolado às 10h45, na Câmara de Vereadores. Diogo é cirurgião e tem 37 anos de idade.

Azuma é advogado da vítima, que na época, morava com Diogo Castilho, mas entrou com o pedido de cassação na condição de cidadão douradense. A ex-noiva de Diogo, cirurgiã-dentista de 27 anos, tem domicílio eleitoral de Itaporã e por lei, não pode pedir a cassação de vereador de outro município.

Esse é o segundo pedido de cassação do mandato de Diogo Castilho, após ele ser preso em flagrante pela polícia acusado de agredir a então noiva e de passar uma semana na Penitenciária Estadual de Dourados. O primeiro processo ainda está em andamento.

Logo após a prisão, o vereador foi afastado das funções e só retomou o mandato no início de dezembro, por decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Agressões e ameaças – O pedido de cassação apresentado por Felipe Azuma cita a história contada pela vítima à polícia no boletim de ocorrência registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).

No depoimento, a mulher disse ter sido jogada com violência sobre a cama por Diogo Castilho durante mais uma briga do casal. O vereador teria tentado esganá-la e asfixiá-la com travesseiro, após ela se negar a manter relações sexuais com ele. A mulher contou que estava brava com o noivo, por causa de outra discussão ocorrida horas antes.

Quando os policiais militares chamados pelos vizinhos chegaram ao local, o médico teria insistido para que ela negasse o ocorrido e afirmasse se tratar apenas de “briga de casal". Ela relatou não ter sido a primeira vez que havia sido agredida pelo então noivo. Fotos anexadas à denúncia mostram lesões no rosto, no olho e nas costas da mulher.

“Diogo Castilho possuía conduta reiterada de ofensas e agressões contra a então sua convivente”, afirma trecho da denúncia. Além disso, segundo o advogado, o vereador chegou a tentar manipular a vítima para que ela não contasse sobre as agressões sofridas, na tentativa de silenciá-la e “abafar” o caso.

“Neste ponto se demonstra evidente, por parte de Diogo, a tentativa de manter-se impune, tanto das agressões físicas e verbais praticadas contra sua ex-namorada, ferindo a dignidade da mulher, quanto de sua postura incongruente com o cargo como vereador”, afirma Felipe Azuma.

Segundo o advogado, a denúncia visa produzir justiça, “não apenas em favor da vítima e de todas as mulheres que sofrem violência no âmbito doméstico, e consequentemente, são vítimas de feminicídio no estado do Mato Grosso do Sul, mas também pretende mostrar para a sociedade douradense que a casa legislativa da cidade não corrobora com agressores de mulheres e autoridades do poder público que se veem como impunes às leis”.

O Campo Grande News procurou Diogo Castilho para saber se ele vai se manifestar sobre a denúncia. Pelo WhatsApp, ele respondeu que estava iniciando um atendimento. Assim que ele se manifestar, esta reportagem será atualizada.

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