Advogado volta a ser preso com droga, mas é solto em audiência com juiz
Na casa dele, em Dourados, policiais encontraram 7,5 quilos de maconha, balanças e munição calibre 38
Advogado de 31 anos de idade foi preso por tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo de uso permitido, nesta quarta-feira (19), em Dourados, a 251 km de Campo Grande. Na casa dele, na Vila Toscana, policiais civis encontraram 7,5 quilos de maconha, duas balanças, um frasco de canabidiol e uma munição calibre 38.
Em audiência de custódia, na tarde de hoje, o juiz Marcelo da Silva Cassavara, da 2ª Vara Criminal, entendeu não haver motivo para decretar a prisão preventiva e concedeu liberdade provisória ao advogado com uso de tornozeleira eletrônica.
Essa foi a segunda vez que o advogado é preso pelos mesmos crimes. A outra ocorreu em maio de 2021, após o profissional ser acusado de disparar um tiro de pistola calibre 40 durante briga de trânsito. Naquele ano, ele passou dez dias preso e foi solto após pagar fiança de cinco salários mínimos. Até agora o caso não foi julgado.
No dia 30 de agosto de 2021, o mesmo advogado causou a morte de um motociclista de 20 anos de idade ao invadir a preferencial no cruzamento das ruas Independência e Cuiabá, na região central. Ele conduzia um Jetta preto. O rapaz morreu dois dias após o acidente.
Buscas – De acordo com a Polícia Civil, a droga foi localizada durante cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa e no escritório do advogado, ainda no âmbito das investigações sobre os crimes ocorridos há três anos. Dois representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acompanharam o trabalho policial.
No forro da residência, os policiais encontraram o projétil calibre 38, 10 tabletes de maconha, galhos de planta com flores de maconha, farelos de maconha, uma ampola de 10 ml de canabidiol e duas balanças de precisão. Levado para a delegacia, ele foi autuado em flagrante.
Em depoimento, o advogado negou ser traficante, mas admitiu ser usuário de maconha e alegou que a droga era para consumo próprio. Sobre a munição, afirmou que estava relacionada aos fatos que levaram à sua prisão, em 2021. Sobre as balanças, disse que são usadas nos afazeres de cozinha.
“Quanto ao suposto crime de tráfico de drogas, da análise dos autos, não vislumbro a necessidade de manutenção da prisão do autuado. Com efeito, os indícios de autoria em relação à traficância não restaram demonstrados, neste primeiro momento”, afirmou o magistrado.
Marcelo da Silva Cassavara citou que o mandado de busca na casa do advogado não foi motivado por suposto armazenamento de entorpecentes, mas em virtude de suspeitas de que o réu tinha arma de fogo.
Segundo o magistrado, grande parte da substância apreendida estava em tabletes, enquanto o restante apresentava esfarelada, em galhos de planta e na forma oleosa (10 ml). Diante da ausência de outros elementos que indiquem a traficância – como, por exemplo, a presença de usuários, papéis para embrulho e dinheiro em notas de menor valor –, decidiu pela liberdade provisória.
“A balança apreendida em poder do flagranteado, por si só, não significa que era destinada à venda de drogas. Quanto ao crime de posse de munição de arma de fogo, percebe-se que não possui a gravidade em concreto exigida pelo diploma processual penal, considerando a apreensão de apenas uma munição”, decidiu o juiz. O advogado terá de cumprir o monitoramento eletrônico por 90 dias.
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