Apesar do fogo, "namoro" de onças é alento em região que sofreu com fogo
Miranda já registrou 60 focos de incêndio em novembro, mas as chamas não estão próximas do refúgio, atingido em setembro
Em meio ao ressurgimento dos incêndios do Pantanal, o Refúgio Ecológico Caiman, em Miranda, uma das áreas fortemente atingida pelos focos registrados em setembro apresenta agora baixo risco de ser alcançada pelas chamas que consomem a região.
A volta gradativa dos animais no refúgio é sinal dessa recuperação na fazenda, distante 31 quilômetros de Miranda: um vídeo postado pela Associação Onçafari flagrou casal de onças em comportamento de cópula. O avistamento aconteceu na semana passada.
Nusa e Shaka estavam juntos na área da fazenda e foram flagrados pela ONG. Durante cerca de 40 minutos foi possível vê-los, até que entraram na mata “e continuar o romance em lugar mais reservado!”, descreveu a associação, nas redes sociais.
Desde que os incêndios se intensificaram, a partir de 27 de outubro até 4 de novembro, Miranda registrou 222 focos, 13,4% do total, atualizado em 1662 focos, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial).
Somente em novembro, foram 60 focos no município, que ocupa o 3º lugar no ranking de Mato Grosso do Sul.
De acordo com informações da ONG SOS Pantanal, o fogo está disseminado em diversas regiões do bioma, com focos no Passo do Lontra, área do Rio Negro, Fazenda Cristo, em Miranda e Nhecolândia.
Os pontos de incêndios não estão próximos do Refúgio Caiman e, atualmente, o risco de ressurgimento de focos é considerado baixo. Em setembro, 35 mil hectares da fazenda foram consumidos pelas chamas.