Após 17 horas de júri, casal que matou como "prova de amor" pega pena máxima
Família da vítima acompanhou julgamento e afirmou que "hoje dorme em paz"
Após mais de 17 horas de julgamento, José Romero e Regiane Marcondes Machado, acusados pela morte de Nathália Alves Corrêa Baptista, foram condenados a 30 anos de prisão (cada um), em Porto Murtinho, a 431 quilômetros de Campo Grande. O julgamento começou às 8h30 desta sexta-feira (3) e terminou a 1h20 deste sábado (4).
O júri foi companhado de perto por familiares da vítima. Por medidas de segurança, a Rua 13 de Maio, em frente ao prédio do Fórum, foi interditada desde às 7h. "Nós saímos em paz, a justiça foi feita para uma mãe que perdeu a filha e para uma filha que perdeu a mãe", afirmou Ludmila Ojeda, de 36 anos, prima da vítima.
A família clamava por justiça. "A Nathalia foi ouvida hoje pela última vez, hoje foi a chance da defesa que ela não teve no dia do assassinato. Essa sentença não nos traz a minha prima de volta, mas traz a nossa dignidade. Traz a esperança na justiça que ultimamente não tem sido bem vista. Por fim, a família agradece todo carinho da população murtinhense, todas as orações e energias positivas. A família hoje dorme em paz, com o coração cheio de saudade, mas com a certeza de que a justiça do homem foi feita", destacou a prima.
O crime - Nathália foi morta em julho de 2019, aos 27 anos. Investigações apontam que, logo depois de assassinada, a vítima teve o corpo incinerado e as cinzas foram jogadas no Rio Paraguai.
No pano de fundo da barbárie, uma “jura de amor”. Tanto Regiane, quanto a vítima mantinham relacionamento amoroso com Romero, que era gerente de pousada em Porto Murtinho.
Conforme a versão de Regiane, que é professora, Nathália foi dopada e morta a golpes de barra de ferro pelo homem, como "prova de amor" à amante. Depois da morte, o corpo foi levado para a casa de Regiane, sendo incinerado. Os réus foram denunciados por homicídio doloso por motivo torpe, meio cruel, emboscada e feminicídio.