Após denúncia, secretário diz que hospital tem 12 leitos para oncologia
Na quarta-feira, comissão da Câmara vistoriou hospital e apontou situação à beira do colapso por falta de estrutura em hospital
A crise que atinge o atendimento a pacientes com câncer continua em Dourados, a 233 km de Campo Grande. A cidade é referência para outros 32 municípios no atendimento de média e alta complexidade através do SUS (Sistema Único de Saúde).
Depois que o município e o Hospital Evangélico romperam o contrato de prestação de serviços de oncologia, a prefeitura contratou outros dois prestadores de serviço, mas um deles, o Hospital da Cassems, ainda está dentro do prazo previsto no edital para se adequar e começar a atender os pacientes.
Enquanto a estrutura da Cassems não fica pronta, a prefeitura improvisou atendimento no Hospital Vida, mas nesta semana a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores esteve na unidade e considerou a situação “preocupante” e “à beira de colapso no atendimento”.
Para explicar a situação, o secretário de Saúde de Dourados, Renato Vidigal, se reuniu com vereadores na Câmara e garantiu que Hospital da Vida está aparelhado com 12 novos leitos exclusivamente para atender casos cirúrgicos de urgência e emergência na área de oncologia.
Segundo ele, a medida atende tratativas feitas desde julho do ano passado com o MPE (Ministério Público do Estado) e com a própria Comissão de Saúde da Câmara.
Vidigal disse que em consequência da licitação feita em junho, o Hospital Cassems assumiu os serviços de internação e cirurgia e o CTCD (Centro de Tratamento de Câncer de Dourados) ficou responsável pelos tratamentos de quimioterapia e radioterapia.
Segundo ele, o edital da licitação estipulou que os vencedores do certame teriam 180 dias para se adaptar às exigências estabelecidas, mas a Cassems pediu quatro meses para fazer os ajustes necessários. Nesse período, as urgências cirúrgicas serão feitas no Hospital da Vida.
“É compreensível essa preocupação recente do campo político com a questão da saúde. Até o Ministério Público Federal entendeu que o município fez o melhor, dentro do que poderia ser feito, para solucionar demandas. A Secretaria de Saúde espera é que seja colocado um ponto final nesse processo de judicialização e que passemos a tratar da saúde com seriedade e responsabilidade”, rebateu Renato Vidigal.
Comissão – Na quarta-feira (9), após vistoriar o hospital, o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Pedro Pepa (DEM), disse ter ficado preocupado com a situação do local destinado a atendimento dos pacientes. “É impossível a migração do serviço para aquela unidade”.
Segundo ele, todas as salas do hospital estão ocupadas e que seria preciso suspender outros atendimentos para instalar os serviços de oncologia. “O local destinado à oncologia vai prejudicar outros atendimentos. A gestão está um colapso”, afirmou.
responsabilidade para o Hospital da Vida, ou que encaminhem os pacientes para Campo Grande.
O vereador Madson Valente (DEM) disse que a crise no atendimento a pacientes com câncer se agravou após o rompimento com o Hospital Evangélico. “Todos sabem que o Hospital da Vida não comporta essa responsabilidade. Também não é sensato a prefeitura encaminhar pacientes para Campo Grande. Submeter às pessoas a essa situação de constrangimento é uma atitude retrógada”.