Após educação, crise afeta saúde e cidade pode recusar pacientes de fora
Prefeitura diz que não tem dinheiro para manter atendimento a pacientes de Dourados e de 32 cidades da região; Délia Razuk pediu levantamento sobre valores pactuados com Estado e União
A saúde é o mais recente setor do serviço público de Dourados a sentir os efeitos da dificuldade financeira que atinge o município. Em plena crise com servidores, principalmente da educação, com alteração de leis para reduzir o gasto com salários, a prefeitura se vê diante de outro impasse. Se não entrar mais recurso no cofre municipal, poderá ser obrigada a limitar atendimento a pacientes de outras cidades.
Como referência regional e gestão plena dos recursos, a segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul é obrigada a atender moradores locais e de outros 32 municípios da região. Só que o dinheiro está curto, segundo a prefeitura.
Para não ter que fechar as portas do Hospital da Vida e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), a prefeita Délia Razuk colocou a dentista Maria Piva, funcionária de carreira da Secretaria Municipal de Saúde, para fazer uma revisão da PPI (Programação de Pactuada e Integrada), que define a programação das ações de saúde em cada região e a destinação dos recursos financeiros para bancar os procedimentos. A previsão é de conclusão em 60 dias.
Segundo a prefeitura, o objetivo principal é não prejudicar o atendimento à população local por conta de pacientes dos outros municípios. Entretanto, técnicos que se reuniram ontem com a prefeita informaram que o município não pode deixar de atender pacientes de outras cidades.
A prefeitura alega que a tabela de repasses do SUS (Sistema Único de Saúde) está congelada desde o ano passado e não tem mais dinheiro próprio para pagar pelos serviços.
O diretor presidente da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), Américo Monteiro Salgado Júnior, disse que a cidade está em “emergência financeira”, principalmente por ter de manter funcionando a UPA e o Hospital da Vida.
Na reunião coma equipe, Délia Razuk afirmou que mesmo diante da situação de dificuldade, não vai fechar hospital e nem acabar com a Funsaud. “Nós estamos reunidos aqui para buscar soluções e melhorar o que temos hoje”.