Após nove dias de protestos, fronteira com Bolívia é reaberta
Foi dado prazo de 7 dias para solução de outros questionamentos da greve
A fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia foi reaberta na noite de terça-feira (16), depois de ficar bloqueada por nove dias no acesso a Corumbá, distante 419 km de Campo Grande, ao lado das cidades de Puerto Quijarro e Puerto Suárez. O fechamento ocorreu durante protesto de bolivianos contra o governo do país.
A suspensão da greve nacional ocorreu por volta das 22h, depois da revogação da Lei 1386, que permitia ao governo investigar o patrimônio de qualquer cidadão sem ordem judicial.
O fluxo de veículos, principalmente de caminhões, ficou intenso logo após a abertura da fronteira. Segundo apurado pelo portal Diário Corumbaense, a polícia boliviana fez o controle do tráfego para evitar acidentes e auxiliar os motoristas. Manifestantes chegaram a se reunir próximo ao ponto de bloqueio para celebrar a revogação da lei.
“Sabemos que uma greve por tempo indeterminado não se sustenta sem unidade e sem a participação de todos, esperamos continuar articulando com o setor sindical e o setor de transportes para continuar com a participação nas ações que se fizerem necessárias”, explicou Romulo Calvo, presidente do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz. O dirigente cívico destacou que permanecerão em estado de alerta contra o pacote de leis que “ameaça à democracia e a liberdade".
Em Corumbá, onde mais da metade dos consumidores são bolivianos, a reabertura também traz alívio para o comércio varejista, cujas vendas despencaram.
O presidente do Comitê Cívico de Arroyo Concepción, Antonio Chávez Mercado afirmou ao Diário Corumbaense que venceram a batalha. "Isso representa a luta do povo boliviano, foram quase dez dias de fronteira fechada, avaliamos de forma positiva, mas é bom ressaltar que vencemos uma batalha e não a guerra”, afirmou sobre outras reivindicações, que também foram questionadas pelos manifestantes como o desenvolvimento econômico e social, o combate à corrupção, registro comercial, estatísticas oficiais, emergência sanitária e promoções na polícia.
“Estamos exigindo que o pacote de leis, dentro da 1386, seja totalmente revogado pelo governo”, disse. Foi dado prazo de 7 dias para que o pacote de leis seja revogado, além da exigência de dois terços do Senado em votação para aprovações de leis. Caso contrário, haverá uma nova reunião para decidir se o bloqueio fronteiriço voltará.