Assassino atacou enteado e sogra para não deixar testemunhas de feminicídio
Antes de morrer, vítima ainda foi espancada pelo namorado com socos e chutes conforme análise preliminar
Depois de agredir e matar esfaqueada a namorada, Daniela Luiz, de 30 anos, o assassino João José Furtado Nunes, de 32 anos, decidiu apagar as provas matando as testemunhas que estavam na residência em frente da edícula, onde cometeu o crime. Essa é a linha de investigação da Polícia Civil para o feminicídio registrado na noite de ontem (1º), em Ribas do Rio Pardo, distante 98 km da Capital.
“Possivelmente, o autor foi visitar a namorada e por algum motivo, discutiram. Ele bateu nela e pelos indícios ela foi chutada e socada, porque estava com o olho roxo, e depois esfaqueou ela diversas vezes. Aí percebeu que tinha gente na casa da frente e para apagar provas ele matou o filho da vítima, o adolescente, de 14 anos, e tentou matar a mãe dela também”, explica o delegado, Bruno Santacatharina.
A investigação também confirma que o casal estava junto, mas mantinham um relacionamento abusivo. Testemunhas disseram que João era extremamente ciumento, possessivo e teria agido de forma passional. As brigas entre os dois eram frequentes, mas a vítima nunca denunciou agressões para a polícia.
“Não sabemos até o momento por qual motivo ele poupou a vida da outra filha da vítima, uma criança de 4 anos, que sobreviveu ao crime. Ela está em estado de choque e por isso, ainda não foi ouvido o depoimento dela. Assim que ela e a avó estiverem melhor, faremos a oitiva”, justificou.
A mãe de Daniela, Cleuza Dolores Pereira, 52 anos, foi encaminhada em estado grave para a Santa Casa de Campo Grande. Ela recebeu transfusão de sangue e foi liberada para internação na enfermaria, com uma fratura no crânio. A criança segue sob os cuidados do Conselho Tutelar de Ribas do Rio Pardo.
O delegado afirmou também que solicitou imagens das câmeras próximas a residência para confirmar a dinâmica do crime. Ele ouviu o pai do adolescente morto com vários golpes no peito, ombro e costas e procura mais familiares das vítimas. “O pai do menino disse que já tinha alertado a Daniela para não levar pessoas para dentro de casa.”
Bruno Santachatrina explica que o assassino não era conhecido na cidade, mas era visto com um veículo Gol branco e morava em um alojamento próximo da rodoviária.
“Foi nessa região que os policiais militares fizeram diligências e encontraram o veículo. No momento da prisão em flagrante, ele reagiu com a mesma faca do crime. Como sabiam que ele era bom de faca, a polícia militar se defendeu. Ele chegou a ser socorrido pelos policiais militares, mas não resistiu”, explica.