Bioquímico morto por PM em sala de cinema era neto de ex-prefeito
Julio Cesar Cerveira Filho, 43, assistia ao filme "Homem Aranha - Longe de Casa" com a mulher e a filha adolescente
O bioquímico Julio Cesar Cerveira Filho, 43, assassinado a tiro dentro da sala 1 do cinema do Shopping Avenida Center na tarde desta segunda-feira (8), era neto do ex-prefeito José Cerveira, que administrou a cidade de Dourados em 1982 e 1983, após o então prefeito José Elias Moreira renunciar ao mandato para concorrer ao governo de Mato Grosso do Sul.
Ele era filho de Julio Cesar Cerveira, um dos mais novos herdeiros do ex-prefeito. O tio de Julio Filho, Mário Julio Cerveira, é o atual diretor-presidente do Procon de Dourados.
De acordo com informações que ainda estão sendo apuradas pela polícia, Julio Cerveira Filho estava no cinema para assistir ao filme Homem Aranha - Longe de Casa, acompanhado da esposa e da filha adolescente.
Durante a exibição, ele teria discutido com um dos filhos do cabo da Polícia Militar Dijavan Batista dos Santos, 37, atualmente lotado na PMA (Polícia Militar Ambiental).
O motivo seria o assento escolhido pelo garoto no momento em que comprou o ingresso e estaria ocupado pelo bioquímico. Após uma breve discussão, Julio, a mulher e a filha teriam ido para a fileira de trás, mas a discussão teria continuado.
Há versões conflitantes sobre o caso. Testemunhas afirmam que ele teria tentado agredir o garoto e o PM, que sacou a arma e disparou. O tiro o acertou no peito e saiu no pescoço. Julio morreu na hora.
Outra versão diz que após a discussão, o bioquímico deixou o local com a mulher e a filha, mas ao passar pelo policial houve novo bate-boca e o PM sacou a arma e o matou. Existe ainda uma terceira versão, envolvendo suposta briga por causa da filha do bioquímico e o filho do PM.
Uma equipe da PM passava pelo local no momento em que Dijavan Batista dos Santos deixava o shopping e o prendeu em flagrante. A sala estava lotada. Dezenas de adolescentes e adultos saíram correndo. Houve grande tumulto em todo o shopping.
O inquérito será conduzido pela 2ª Delegacia de Polícia Civil. O titular da DP, Marcelo Batistela Damaceno, disse ao Campo Grande News que até às 16h30 a ocorrência não tinha sido encaminhada para a delegacia pela Polícia Militar.
Como o preso ainda não foi levado para a 2ª DP, ele deve ser entregue na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), já que a delegacia responsável pela área onde ocorreu o crime tem expediente só até 17h30.