Brasileira é expulsa e chineses são detidos por ingresso ilegal no Paraguai
Moradora do Amapá entrou em território paraguaio por Ponta Porã alegando ser estudante de medicina em Asunción
A pandemia provocada pelo novo coronavírus mudou, mesmo que momentaneamente, a realidade na fronteira entre as cidades gêmeas Pedro Juan Caballero no Paraguai e Ponta Porã (MS). Antes parte da rotina diária dos moradores de ambas as cidades, agora cruzar a fronteira virou crime por causa da quarentena decretada no país vizinho.
Nesta segunda-feira (11), a brasileira Thanagra Santiago da Silva, 20, moradora em Santana, no Amapá, foi detida em Pedro Juan Caballero acusada de ingresso ilegal no Paraguai. Ela cruzou a fronteira por Ponta Porã, onde uma cerca de arame farpado foi instalada e militares paraguaios fazem barreiras para impedir acessos.
Expulsa do território paraguaio, Thanagra alegou ser estudante de medicina em uma faculdade particular na capital Asunción. Alegou que após a pandemia deixou o Paraguai, foi para sua cidade de origem, mas precisou retornar. Entretanto, segundo o jornal ABC Color, ela não apresentou nenhum documento para comprovar matrícula na faculdade.
O diretor da 13ª região sanitária Nelson Collar disse que a expulsão é adotada no caso de pessoas que cruzam a fronteira sem nenhuma precaução para evitar contágio por covid-19. Collar admitiu ser muito difícil controlar a extensa fronteira entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul.
Chineses - Nesta terça-feira (12), três chineses que ingressaram ilegalmente no Paraguai por Ponta Porã foram detidos em um hotel de Pedro Juan Caballero. Eles foram levados para o distrito sanitário e o caso ainda está em andamento.
No domingo, o prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, cruzou a fronteira diante dos militares para visitar parentes em Ponta Porã e teve a prisão decretada por descumprir o decreto presidencial que estabeleceu a quarentena no país.
Ontem ele foi levado para um quartel do exército em Concepción, a 220 km de Pedro Juan, para cumprir o isolamento de 14 dias. Crítico ao fechamento da fronteira, Acevedo pode enfrentar processo de cassação por descumprir a quarentena.