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Interior

Chefe de clã do tráfico é apontado como mandante da execução de promotor

Miguel Ángel Insfrán, o “Tio Rico”, atua na linha de fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul

Helio de Freitas, de Dourados | 16/01/2023 11:44
Os irmãos Ramón e Andrés Pérez Hoyos cercados por policiais colombianos (Foto: Divulgação)
Os irmãos Ramón e Andrés Pérez Hoyos cercados por policiais colombianos (Foto: Divulgação)

O narcotraficante paraguaio Miguel Ángel Insfrán Galeano, o “Tio Rico”, é apontado como mandante do assassinato do promotor de Justiça paraguaio Marcelo Pecci, ocorrido no ano passado na Colômbia.

Um dos coordenadores da força-tarefa contra o crime organizado no Paraguai, Marcelo Pecci foi morto por pistoleiros no dia 10 de maio de 2022 quando passava a lua de mel na Praia de Barú, em Cartagena das Índias, na Colômbia.

Segundo a imprensa colombiana, a polícia identificou “Tio Rico” como mandante após a prisão dos irmãos colombianos Andrés Felipe Péres Hoyos e Ramón Emilio Pérez Hoyos, capturados ontem no departamento de Antioquia, na Colômbia.

A investigação da polícia colombiana revela que os dois irmãos, a mando de “Tio Rico”, contrataram Francisco Luis Correa Galeano para matar o promotor. Galeano, por sua vez, contratou os pistoleiros. Todos já estão presos. Apesar do sobrenome homônimo, Francisco é colombiano e não tem parentesco com “Tio Rico”.

Nesta segunda-feira (16), os dois irmãos colombianos foram interrogados sobre o assassinato. Para ter direito à redução de metade da pena de 40 anos, garantida pela lei da Colômbia, eles confessaram o crime e pediram perdão à família de Marcelo Pecci.

Sem revelar nome, os irmãos Pérez Hoyos afirmaram que o promotor foi morto por vingança, por ter levado o irmão do patrão deles à prisão. Segundo jornais colombianos, essa pessoa seria Miguel Insfran, que estaria escondido na região da Guajira Colombiana, na fronteira com a Venezuela.

Antes de recorrerem aos criminosos colombianos, o narcotraficante teria contratado pistoleiros brasileiros para executar Marcelo Pecci. Mesmo cobrando 1 milhão de dólares, os brasileiros não conseguiram cumprir o contrato.

Miguel Ángel Insfrán Galeano, que está foragido (Foto: Reprodução)
Miguel Ángel Insfrán Galeano, que está foragido (Foto: Reprodução)

“Tio Rico” é o chefe do Clã Insfran, organização criminosa acusada de usar igrejas evangélicas para lavar dinheiro do tráfico de cocaína. A quadrilha fornece grandes carregamentos de droga para países europeus, asiáticos e africanos.

O Clã Insfran também atua na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. No dia 3 deste mês, o engenheiro Luis Ivan Estigarribia Alderete, 25, foi preso em Yasy Cañy, povoado localizado a 80 km de Paranhos (MS), no departamento de Canyndeyú. Ele é acusado de ser “testa de ferro” da organização.

Miguel Mendieta, advogado da família Insfran, disse à rádio paraguaia ABC Cardinal que a acusação contra “Tio Rico” é “cortina de fumaça” para esconder os verdadeiros mandantes.

Questionado sobre o motivo de não apresentar seus clientes (além de Tio Rico, o irmão dele, o pastor evangélico José Insfran também é procurado), o advogado disse que a Justiça paraguaia está “podre” e que a política manda mais que as leis.

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