ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 24º

Interior

Cidade ainda é tomada pelo medo 9 dias após ex-vereador morrer

Ex-gestor e dois PMs são alvos do Gaeco, nesta sexta-feira, em investigação sobre a morte de ex-vereador

Por Dayene Paz e Antonio Bispo, de Anastácio | 17/05/2024 13:01


Morador enquanto conversava com a reportagem, sem querer expor sua imagem em Anastácio. (Foto: Henrique Kawaminami)
Morador enquanto conversava com a reportagem, sem querer expor sua imagem em Anastácio. (Foto: Henrique Kawaminami)

Nove dias após o assassinato do ex-vereador Wander Alves Meleiro, o Dinho Vital, de 40 anos, após confusão em uma festa em Anastácio, o clima ainda é de medo e tristeza na cidade que fica a 122 km de Campo Grande. Hoje, operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) prendeu o ex-prefeito de Anastácio, Douglas Melo Figueiredo (PSDB), com armas em casa.

Douglas e dois policiais militares são investigados pela morte de Dinho Vital. Há informações que o caso esteja ligado a briga política e que os dois militares envolvidos, que atiraram em Dinho, faziam parte da equipe de segurança particular contratada por Douglas Figueiredo. Contudo, os policiais negam.

Em frente à delegacia de polícia de Anastácio, para onde Douglas foi levado com as armas, uma mulher gritou: "a justiça está sendo feita". E pelas ruas da cidade, o pedido é o mesmo. Contudo, pelo "poder" atribuído aos investigados, a população, com medo, fala pouco sobre o assunto.

Delegacia de Anastácio, para onde ex-prefeito foi levado. (Foto: Henrique Kawaminami)
Delegacia de Anastácio, para onde ex-prefeito foi levado. (Foto: Henrique Kawaminami)

"Acho que está certo em prender todo mundo por conta disso. Não dá para você matar alguém e acreditar que nada vai acontecer. Mas, a gente prefere nem se meter porque isso só envolve poder”, afirmou um morador da cidade.

Uma mulher, que nasceu e cresceu em Anastácio, diz que torce pela identificação e prisão dos culpados. "Ainda bem que ele [Douglas] foi preso. Uma pena isso ter acontecido, mas é o resultado de briga e cachaça. Isso nunca dá certo. Que a justiça seja feita”, disse.

Operação - Por determinação judicial, o Gaeco saiu às ruas de Anastácio para cumprimento de mandados de busca e apreensão, em endereços ligados a Douglas e os dois policiais, Valdeci Alexandre da Silva Ricardo, e Bruno César Malheiros dos Santos.

Na casa de Douglas, agentes do Gaeco encontraram três armas de fogo. Foram duas carabinas, calibre 22 e 38, uma pistola 9 milímetros, um carregador e 14 munições. O armamento estava escondido dentro de móveis, em um dos quartos da casa do ex-gestor.

Diante dos fatos, Douglas foi preso em flagrante por posse ou porte ilegal de arma de fogo e encaminhado à delegacia de Polícia Civil de Anastácio, que tomará as medidas pertinentes. A reportagem tentou contato com a defesa do ex-prefeito, mas não conseguiu retorno até o momento.

Agente do Gaeco em frente à delegacia de Anastácio. (Foto: Henrique Kawaminami)
Agente do Gaeco em frente à delegacia de Anastácio. (Foto: Henrique Kawaminami)

O caso - Dinho foi morto na BR-262, no fim da tarde da última quarta-feira, 8 de maio, logo após brigar com o ex-prefeito Douglas Melo Figueiredo, durante festa de comemoração do aniversário de 59 anos de Anastácio, em uma chácara próxima à rodovia.

Segundo relataram testemunhas, o ex-vereador, aparentemente alcoolizado, discutiu com o ex-prefeito na festa. A briga começou depois que o atual prefeito, Nildo Alves (PSDB), anunciou que lançaria Douglas pré-candidato pelo partido, e foi separada por outros frequentadores.

O ex-vereador saiu, voltou armado e ficou às margens da rodovia com o carro Fiat Toro. Abordado, os policiais militares disseram que Dinho Vital reagiu e houve troca de tiros, quando o ex-vereador acabou foi atingido. O Toro ficou com o pneu furado na rodovia e uma arma também foi encontrada próxima ao corpo.

Apesar do relato de troca de tiros dado pelos militares, a reportagem apurou que um dos disparos foi pelas costas de Dinho, que transfixou o peito. O outro na barriga, que pegou superficialmente na pele e saiu próximo ao umbigo.

Em nota, a Polícia Militar alega que os militares viram na rodovia uma pessoa armada com pistola, que seria Dinho, anunciaram que eram policiais e ordenaram que colocasse a arma no chão. "(...) mesmo assim o homem não acatou a ordem legal dos PMs e, com arma em punho, partiu em direção aos policiais".

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias