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Interior

Clima é tenso em acampamento indígena onde mora ex-candidato

Índios acusam jagunços de bloquear estrada; seguranças de fazendeiro denunciaram ameaças de morte

Helio de Freitas, de Dourados | 21/10/2022 15:48


De novo, o clima é de tensão com risco de confronto entre indígenas e seguranças contratados por proprietários rurais no acampamento onde mora o ex-candidato do PCO ao governo de Mato Grosso do Sul, o guarani-kaiowá Magno de Souza.

A “retomada Ararikuty” fica na margem da Avenida Guaicurus, na região oeste de Dourados, a 251 km de Campo Grande. Parte da fazenda foi ocupada pelo grupo, que reivindica a demarcação como terra indígena.

Na manhã desta sexta-feira (21), os seguranças, chamados pelos indígenas de “jagunços”, teriam interditado a estrada de terra de acesso aos barracos.

Vídeos enviados ao Campo Grande News mostram uma caminhonete parada na estrada, impedindo a passagem (veja imagens acima). Outra picape, de cor branca, também era usada pelos seguranças.

Nos vídeos, é possível perceber que os índios correram em direção aos seguranças para protestar contra a presença deles, mas os dois veículos se afastaram. Segundo os indígenas, os seguranças estavam armados.

“Já estamos cansados dessas ameaças, a gente não ‘pega’ eles porque a gente não quer. Hora que a gente quiser, a gente vai lá no contêiner deles e coloca eles para correr daqui”, disse Magno de Souza.

A Polícia Militar confirmou o princípio de confronto entre os indígenas e os jagunços. Uma equipe foi ao local para apaziguar os ânimos. Os indígenas reclamam que a polícia ouve apenas a reclamação do lado dos fazendeiros.

Ameaças – Um dos seguranças e duas testemunhas foram até a 1ª Delegacia de Polícia, no centro, para registrar boletim de ocorrência. Eles acusaram Magno de Souza de ameaça. A ocorrência foi feita por Antonio Baes, 39, que se apresentou como chefe de segurança da Estância Félix, onde os índios estão acampados.

Baes afirmou que o clima hostil partiu do lado dos indígenas. Segundo ele, o grupo armado com foices, facões e lanças correu em direção aos seguranças afirmando que a terra é indígena e que voltaria à noite para expulsá-los.

O segurança disse que Magno de Souza teria feito ameaças diretas, afirmando que ele, por ser o chefe, seria o primeiro a morrer.

“Eles fazem a bagunça e depois jogam para cima da comunidade indígena”, disse Magno ao ser informado sobre a denúncia contra ele.

O líder indígena afirmou que os jagunços continuam usando o reservatório da Sanesul localizado ao lado da área ocupada como torre de observação e ponto de apoio. O caso foi mostrado pelo Campo Grande News em setembro deste ano.

De acordo com o gerente regional da estatal, Madson Valente, a obra ainda não foi entregue pela empreiteira. Ele afirmou que mais uma vez vai acionar a empresa para que impeça a presença dos seguranças da fazenda na obra.

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