Cocaína avaliada em R$ 27 mi veio em carga de carne e seguia para o exterior
Os 230 quilos da droga pura foram apreendidos ontem em uma casa no Jardim Flórida, em Dourados
Os 230 quilos de cocaína pura apreendidos ontem (6) em Dourados (a 251 km de Campo Grande) chegaram a Mato Grosso do Sul em carga de carne bovina e tinham como destino final a Europa ou até mesmo os Estados Unidos. Levando em conta o valor de R$ 120 mil o quilo nos grandes centros, a Polícia Civil estimou o carregamento em R$ 27 milhões.
O ex-presidiário Nazinho Fonseca Lopes, 33, dono de extensa ficha criminal por tráfico e roubo, foi preso. No momento da prisão, ele confessou o crime, mas em depoimento na delegacia, mudou a versão e negou ser dono da cocaína.
Embalados com adesivo da Versace, marca italiana de moda de luxo, os tabletes de cocaína estavam em caixas de papelão da indústria de carne Beef Club, de Concepción, cidade paraguaia localizada a 200 km da linha internacional (veja o vídeo acima).
A região de Concepción abriga entrepostos da cocaína trazida de avião da Bolívia. De lá, a droga é transportada por terra para Mato Grosso do Sul e posteriormente levada aos portos, onde é embarcada em contêineres com destino a países africanos, europeus e asiáticos.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, o delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais) da 1ª Delegacia de Polícia, informou que possivelmente a cocaína entrou em Mato Grosso do Sul escondida em carregamento de carne, em caminhão-frigorífico.
Em Dourados, a carga ficou armazenada em outro local e foi levada recentemente para a casa na Rua Bertoldo Miranda Barros, no Jardim Flórida II (região oeste da cidade), onde foi localizada ontem por investigadores do SIG. Segundo o delegado Erasmo Cubas, o teste feito com reagente químico revelou alto teor de pureza da droga.
As caixas de papelão com a cocaína foram levadas até a casa no Jardim Flórida em uma carretinha, rebocada pelo carro do suspeito, um Gol branco. Nazinho Fonseca Lopes já estava sendo monitorado pela polícia. Só ontem, ele esteve por três vezes no imóvel. Após a terceira viagem, foi abordado pelos policiais na região do BNH 4º Plano, onde mora.
Para eliminar provas, Nazinho destruiu o celular ao perceber que seria preso. Segundo os policiais, ele bateu o aparelho na alavanca do câmbio do veículo até o danificar completamente. Ao ser preso, o ex-presidiário confessou ser dono da droga, mas se negou a fornecer mais informações.
Entretanto, ao ser ouvido na delegacia, Nazinho mudou a versão e alegou não saber da cocaína. Disse que havia sido contratado por R$ 2 mil para guardar a carretinha com ferramentas, cobertas com lona. O contratante, segundo ele, seria homem desconhecido que havia encontrado em um bar, no dia 1º deste mês. Ele deve passar por audiência de custódia ainda nesta sexta.