Com 110 liminares de despejo, Cigcoe começa retirar famílias de fazenda
Após pedido do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de Mato Grosso do Sul, a Justiça Federal expediu, no início deste mês, 110 liminares para despejo de famílias que compraram lotes irregulares de propriedades destinadas à reforma agrária no Estado.
Segundo a assessoria do órgão, foram feitos 350 pedidos de despejo, mas apenas parte deles foram acatados pela Justiça. Com a autorização judicial, militares da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) da Capital estão em Itaquiraí, a 410 quilômetros de Campo Grande, desde a madrugada desta terça-feira (20) para cumprir as ordens.
Em Itaquiraí, a fazenda alvo da ação é a Santo Antônio que possui 28 mil hectares e mais de 1,1 mil famílias assentadas. Segundo o Incra, muitas famílias compraram o lote de forma irregular em 2010 e corriam o risco de despejo.
A primeira ordem expedida é para o despejo de 50 famílias e duas delas foram colocadas para fora da fazenda após a ação da tropa de choque da Cigcoe. Segundo o Incra, as famílias foram notificadas e sabiam que corriam o risco de perder os lotes.
Além dos militares da Cigcoe, dois oficiais de Justiça, servidores do Incra e caminhões para retirada das mudanças estão em Itaquiraí. Não há previsão para a retirada das 50 famílias, mas as ordens devem ser cumpridas até o fim da semana.
Além da Fazenda Santo Antônio, a Fazenda Itamarati em Ponta Porã, a 323 quilômetros de Campo Grande, também será alvo de ações de despejo. Ainda não há data definida para a retirada das famílias, segundo o Incra.