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Interior

Com avião federal para combate, Forte Coimbra é nova fronteira dos incêndios

Hércules deve chegar a regiões a 150 km de Corumbá, para ajudar no combate à pior temporada de queimadas das últimas décadas

Izabela Sanchez | 27/07/2020 09:22
Imagem mostra "Hércules", como é chamada a Aeronave modelo Hércules C-130, da Força Aérea Brasileira (Foto: Divulgação/FAB) 
Imagem mostra "Hércules", como é chamada a Aeronave modelo Hércules C-130, da Força Aérea Brasileira (Foto: Divulgação/FAB)

O Forte Coimbra, já na região de fronteira entre Brasil e Bolívia no território corumbaense é a nova fronteira do combate aos incêndios no Pantanal, bioma que queima de forma inédita há mais de um mês. Nesta segunda-feira (27) entra em ação Hércules, aeronave da base aérea da FAB (Força Aérea Brasileira) em Campo Grande, que vai despejar água sobre a região em chamas.

Os focos preocupam tanto na proximidade com a área urbana de Corumbá, a 419 km da Capital, e Ladário, que fica ao lado da cidade símbolo do Pantanal, quanto em territórios mais ermos, como a região da Serra do Amolar.

Sargento do Corpo de Bombeiros e comandante do 3º Grupamento em Corumbá, Carlos Alberto afirma que as equipes de combatentes terrestres já contabilizam mais de 50 pessoas..

Monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) aponta para 1.322 focos de incêndios florestais no Pantanal na parcial de julho, número recorde para o mês desde o início da série histórica, em 1998.  É o que faz com que todo o Estado volte os olhos para a região famosa mundialmente.

Fumaça vista na semana passada próxima da região da Serra do Amolar com Rio Paraguai cortando o caminho (Foto: Divulgação/IHP)
Fumaça vista na semana passada próxima da região da Serra do Amolar com Rio Paraguai cortando o caminho (Foto: Divulgação/IHP)

Esses combatentes, entre brigadistas do Prevfogo – ligado ao Ibama – e militares do Corpo de Bombeiros, vieram de diferentes regiões para ajudar no combate. Maracaju, Aquidauana, Jardim e Ponta Porã já enviaram reforços e mais ainda estão para chegar.

Conforme o sargento, o número ainda não é exato, já que militares do Exército também estão no front de combate ao fogo, e o total de esforço "humano" alcança cerca de 60 pessoas.

A região do Forte Coimbra, distrito de Corumbá, será alvo de combate do Hércules na terça-feira (28) ou na quarta (29), segundo sargento.

O fogo ali não é recente, mas o problema, comentou o comandante, é que as distâncias, já praticamente em território boliviano, pedem esforços “sobre humanos” e as equipes corriam para definir estratégia que pudesse alcançar a região.

Fazendas – A semana começa desafiadora para as regiões da Fazenda Castelo e Fazenda Laranjeiras, dois territórios que cercam a Jatobazinho, onde o fogo provocou alerta nas últimas semanas. Conforme o sargento, a última análise - entre satélites e informações trazidas pelas equipes – indicava que os focos maiores próximos à Corumbá diminuíram.

Dilema – É o que afirma o sargento sobre o percurso de “bate e volta” da tripulação do Hércules para abastecer a aeronave.

Por enquanto, segundo o sargento, a definição é que o avião militar terá que voltar até a Capital sempre que precisar de mais combustível e muito provavelmente – contou o sargento – quando precisar carregar mais água para despejar sobre os incêndios. A viagem leva cerca de 1h.

“Ontem teve reunião para definir quais serão as ações e hoje estamos em reunião para definir quais serão os primeiros pontos de combate”, contou o comandante.

A aeronave é colocada no ar em períodos “chave” do dia, quando o calor e a incidência do sol não são tão fortes: durante a manhã ou no fim da tarde. É por isso que o trabalho do Hércules deve começar, nesta segunda, só no final do dia.

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