Com morte de vereador, votação que pode levar prefeita à cassação é adiada
Parlamentares previam votar nesta terça-feira (24) a abertura de comissão processante
A morte do vereador Sandro Luiz Gonzales (PSD), aos 44 anos, levou a Câmara Municipal de Sidrolândia a decretar luto oficial de três dias no Poder Legislativo Municipal, contados a partir de ontem (23). Sendo assim, foi adiada para quinta-feira (26) a sessão em que seria votada a abertura de uma comissão processante.
Se a maioria dos votos for favorável, essa comissão poderá pedir a cassação da prefeita Vanda Camilo (PP), devido a irregularidades apuradas pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Licitações, aberta pela Câmara este ano.
A CPI investiga se licitações abertas na gestão de Vanda, nos anos 2021, 2022 e 2022, são irregulares e fazem parte de esquema de corrupção. O gancho é investigação realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Ainda neste mês de outubro, os vereadores votaram contra o afastamento da prefeita. O pedido havia sido feito por um morador do município, Alexandre Claudino Heck. A justificativa foi que isso poderia gerar instabilidade política. “A cidade vive um momento de obras importantes e grandes investimentos estão ocorrendo, como a chegada da Inpasa. O momento das disputas eleitorais vai chegar, agora é a hora de trabalhar. E assim vou seguir, aberta ao diálogo e à união, sempre visando o bem comum de todos os sidrolandenses”, justificou a própria prefeita.
Operação do Gaeco - O Gaeco já deflagrou duas fases da operação Tromper (palavra francesa que significa enganar) para apurar existência de possível esquema de corrupção em Sidrolândia, que funcionaria desde 2017, com prática de crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude às licitações, associação criminosa e sonegação fiscal.
A primeira fase começou em maio. A segunda foi deflagrada em julho, quando houve prisões de servidor público e empresários. Na sequência, a prefeita publicou decreto rescindido contrato com as empresas investigadas.
Em agosto, o MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) denunciou 10 pessoas suspeitas de crimes de corrupção e fraude em licitações. A promotoria aponta que as fraudes ocorriam há quatro anos e pede indenizações que somam R$ 349 mil.
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