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Interior

Com presídios na mão de facções, Paraguai quer expulsar PCC

Facção brasileira causou rebeliões em dois presídios do país vizinho ontem; em San Pedro, nove presos foram mortos

Helio de Freitas, de Dourados | 17/06/2019 08:43
Policiais entram no presídio de San Pedro, onde nove presos foram mortos ontem pelo PCC (Foto: ABC Color)
Policiais entram no presídio de San Pedro, onde nove presos foram mortos ontem pelo PCC (Foto: ABC Color)

O governo do Paraguai promete expulsar daquele país todos os brasileiros que fazem parte da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A afirmação foi feita nesta segunda-feira (17) pelo ministro do Interior do país vizinho, Juan Ernesto Villamayor, um dia após a quadrilha causar rebelião no Presídio de Tacumbú, na capital Assunción, e na penitenciária de San Pedro, onde nove integrantes de um grupo rival foram mortos, decapitados e alguns tiveram os corpos queimados.

“Vamos expulsar todos que tenham processos pendentes no Brasil”, afirmou o ministro. Segundo ele, mesmo bandidos com ações em andamento na Justiça do Paraguai serão entregues às autoridades brasileiras numa tentativa de enfraquecer o PCC nas cadeias paraguaias. São pelo menos 150 brasileiros ligados à facção presos no Paraguai.

As mortes ontem na Penitenciária Regional de San Pedro del Ycuamandiyú ocorreram durante briga entre o PCC e o clã Rotela, um grupo criminoso paraguaio apontado como principal fornecedor de drogas responsável em vender maconha, cocaína e crack em escolas e bairros pobres.

Todos os mortos eram do clã Rotela. Cinco foram decapitados, três tiveram os corpos queimados e um morreu depois de ser levado para o hospital regional de San Pedro. Inicialmente foi informado que eram dez mortes, mas depois o governo confirmou que foram nove assassinados. Outros sete feridos foram levados para o hospital, mas nesta segunda-feira estão sendo transferidos para outros hospitais.

Entre os mortos identificados está Bruno Cutier Moreira, que levou um tiro. O governo já mandou afastar diretores da penitenciária e vai investigar como os presos tiveram acesso à arma. Alcides Paredes e Junior Díaz estão entre os que tiveram os corpos incinerados. Outros mortos já identificados foram Nelson Pereira, Lucas Ayala, Carlos Patricio Segovia e Derlis Marcial.

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