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Interior

Com suspeita de dengue, homem recebe dipirona, tem atendimento negado e morre

Renan Nucci | 03/05/2015 10:41

Um homem de 27 anos morreu após ter atendimento recusado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Carioca, em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande. Fernando Pinheiro da Silva foi socorrido às pressas no Hospital Auxiliadora, mas como seu estado de saúde era bastante grave, não resistiu. A suspeita é de que ele estava com dengue e recebeu medicação errada.

Segundo o boletim registrado junto à polícia, a esposa dele, de 20 anos, disse que às 10h da manhã do dia 1º  Fernando deu entrada na UPA apresentando febre, dores de cabeça, no corpo e vômito. O médico que o atendeu ministrou dipirona e outro medicamento o qual ela não soube identificar, fez o pedido de exame de sangue, aguardou a febre dele abaixar e o liberou por volta das 13h, receitando outras doses de dipirona.

Mais tarde, já em casa, Fernando teve piora e foi novamente levado para a UPA, às 14h30. Ele foi atendimento por uma médica que avaliou o exame colhido anteriormente pelo colega e disse que tudo estava normal, mas por via das dúvidas, solicitou um hemograma completo. A médica administrou soro entre às 16h e 17h40, liberando o homem logo em seguida, mantendo a receita prescrita previamente, porém, incluindo o soro.

Fernando foi embora e viu a febre melhorar, no entanto, as dores pelo corpo se agravaram e acompanharam outros sintomas como manchas pelo corpo e diarreia. Às 2h da madrugada do dia seguinte (02), como ele não melhorava e já encontrava grande dificuldade para respirar, a esposa o levou novamente até à UPA. O grupo foi impedido de entrar por um servidor que afirmava que os atendimentos daquele expediente já haviam encerrado.

A mulher ainda apelou demonstrando o estado debilitado do marido, mas mesmo recebendo a informação de que havia médicos no local, teve o atendimento negado. Desesperada, ela contou com ajuda de um amigo do casal  para levar Fernando até o Hospital Auxiliadora, onde ele chegou por volta das 02h47, e prontamente foi atendido. Praticamente sem conseguir respirar, foi colocado em uma maca e levado para a reanimação.

Cerca de 40 minutos mais tarde foi registrado o óbito. A jovem alegou que ouviu os médicos dizendo que, diante do sintomas, a vítima deveria ter sido internada e, em hipótese alguma, ter sido ministrado dipirona, por se tratar de suspeita dengue. O caso foi relatado à Polícia Civil que aguarda a chegada do prontuário médico e da certidão de óbito da vítima para dar início às investigações.

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